sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Menino





No coração ainda jovem batia saudades tão antigas... Na alma a certeza de ser mais velho que o próprio tempo. E nos olhos... Naqueles olhos tão misteriosos, um brilho distante, uma mistura de sentimentos, uma dose de loucura...

No silêncio costumeiro, na solidão dos anjos, vagava  perdido em seus pensamentos. E vez ou outra um sorriso se fazia... Momentos mágicos! E então do mais profundo silêncio ouvia uma música tocar, sentia os tambores pulsarem em seu peito a cada batida de seu coração... E naqueles momentos quase podia tocar o céu.

Tantas histórias para contar... Tantas histórias guardadas em seu silêncio... Tantos sorrisos... Tantas lagrimas... Tanta alegria... Tanta dor... Histórias de mundos tão distantes, mundos tão diferentes, tão reais e tão ilusórios...

No coração ainda jovem batia saudades tão antigas... Na alma a certeza de ser mais velho que o próprio tempo... Era assim aquele menino. Era assim a sua história. Era assim a sua vida...
Porque nascera da alma do mundo.

(Carlos Rocha)





sábado, 24 de outubro de 2009

Ponba branca da paz




Olhos pequenos se arregalam ao ver a pomba branca voar pelo céu
Oh... Pomba branca da paz!
Que desce leve e graciosa a bailar
Como se fosse uma pluma pairando no ar

Como é linda a pomba branca da paz!
Como é lindo o vôo que ela faz!
E ela desce para glória e para fama
E desce para os braços de quem não lhe ama

A pomba é pura magia
E não se agüenta...
Explode de alegria!

Então o belo vôo se interrompe
E só fica a tristeza no horizonte
Enquanto todos os átomos se rompem

E tudo se torna claro
E o céu brilha
E o corpo arde

E o cogumelo é amargo
E tudo fica triste
E agora já é tarde

Olhos pequenos se arregalam
Já não há mais pomba branca
Já não há mais paz
Porque você se foi pomba branca da paz?


"Em 06 de Agosto de 1945 os Estados Unidos da América entraram para a história mundial por ser a primeira e única nação a despejar o terror atômico sobre enormes populações de civis. - 150 mil civis inocentes são condenados à morte - Maior crime de guerra já desferido contra a humanidade."

(Carlos Rocha)

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A VITÓRIA DO DINHEIORO



Senhores, sinto em informar, mas, o dinheiro venceu.
Sim senhores... O dinheiro venceu!
O dinheiro venceu quando transformou a ética em hipocresia
O dinhero venceu quando patrocinou as guerras e seus canhões
Quando transformou nossa vida em uma armadilha
E patrocinou o tráfico e suas quadrilhas
O dinheiro venceu...
Quando corrompeu os Deuses e suas religiões
Quando comprou nossos sonhos e nossas razões
Quando nos fez perder nossas emoções
O dinheiro venceu Senhores!
Quando comprou os homens e seus temores
Suas dores e seus amores
Pois nos dias de hoje
É mais romântico dá um maço de dinheiro
Do que um buquê de flores
O dinheiro venceu meus caros senhores...
O dinheiro venceu!


(Carlos Rocha)

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

LOUVORES




Não louvarei as nuvens mórbidas que pairam sobre a humanidade
Não louvarei o céu cinzento que se espelha pelo horizonte
Não louvarei o silêncio que invade minha alma
Não louvarei qualquer forma estúpida de crueldade
Não louvarei os tiranos que nos conduzem
Não louvarei a ignorância que nos cega
E nem as mentiras que nos seduzem
Não louvarei ao preconceito e a intolerância
A injustiça e a indiferença
A covardia e a violência
E tão pouco louvarei a inveja e a ganância

Levarei louvores aos justus
E somente aos justos louvarei
Louvarei os nobres de coração
E a vida farei uma oração
Louvarei ao sol e a lua
Louvareia aos fracos e aos fortes
Louvarei em templos ou na rua
E eis de fazer louvores a morte
Louvarei aos que da injustiça padecem
E aqueles que realmente merecem
Louvarei aos que sonham
E aos que nos fazem sonhar
louvarei aos que amam
E aos que nos ensinam a amar
Louvarei as poesias
E sos poetas farei o meu masi belo louvor
Pois nesse mundo doente Louvarei toda forma de amor

(Carlos Rocha)

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

DIVINA DECADÊNCIA





Na pedra fria do meu tumulo, pensamentos mudos ganham voz
Na covardia de uma vida mal vivida e na sentença de uma morte atroz
Perdido em lembranças noutrora
Caindo em esquecimento agora

Todo monstro já fora um poço de inocência
Até perder a fé e a coerência
E se ver perdido na mais divina decadência

Nas lembranças tristes de minha infância
Nos sonhos que tem me acompanhado
De nosso mais puro legado
A certeza da ignorância!

E dos erros celestiais
Da peculiar criação divina
Pensamos ser um erro a mais
E descobrimos que somos, nós, a Vossa sina

E ainda assim somos amados
Com nosso jeito desequilibrado e desajeitado
Imagem e perfeição
Divina criação

Criados para o bem
Usado para o mal
O “ser humano” aprendendo a “ser” humano
Igual e tão desigual

Concebidos pela mais pura graça
E concedido o livre arbítrio a toda raça
Escolhemos sempre o lado da desgraça

E na divina decadência em que vivemos
Uma decadência divina
Enchemos nossos dias de nada
E vivemos nossas vidas vazias

E vivemos de ilusão
Fingindo ser humano
Na mais pura hipocrisia

Na decadência da fé
Falta ser o que se é
Falta esperança na vida
E falta amor no coração.

(Carlos Rocha)



quinta-feira, 8 de outubro de 2009

MEDO





Medo?
Não tenho medo no coração
Se tenho um desafio, fecho os olhos e faço uma oração

Não tenho medo da escuridão
Tenho a luz nos meus olhos
E a força de um dragão

Não tenho medo de desafios
Não tenho medo de tempestade
Ter medo é insanidade

Não tenho medo do fracasso
E não tenho medo de perder
São as derrotas que nos ensina a vencer

Não tenho medo das mentiras
Não tenho medo da maldade
Combato tudo com a verdade

Medo?
Não tenho medo da morte
O medo é para os fracos
E eu sou forte

(Carlos Rocha)

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Um passo de cada vez



Faço meu caminho um passo de cada vez
Nos olhos carrego as águas do mar
E no coração carrego o peso do amar

Vivo num sono profundo
Carrego as angustias dos homens
E as dores do mundo

Atordoado, castigo eterno
Minha mente paira no vazio
E minha alma queima no inferno

Minhas lastimas são versos proibidos
Malefícios da vida
Mundos destruídos

Vou sendo castigado
Acertando meus erros
Pagando pelos meus pecados

Sonhando com o futuro
Perdendo o presente
E preso no passado

Mas sigo adiante
Porque a vida é assim
Um passo de cada vez

Por isso não tenho medo
E não me curvarei para a vida
Porque a vida também não se curvará para mim
(Carlos Rocha)