quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Bandeira Branca




   (White Flag - Dido)


Eu sei que você acha que
eu não deveria continuar te amando, ou te dizer isso
Mas se eu não dissesse, bem, eu continuaria sentindo...
Onde está o sentido nisso?

Eu prometo que não estou tentando dificultar sua vida
Ou retornar para onde estávamos

Mas eu irei naufragar com esse navio
E não vou levantar minhas mãos e me render
Não haverá bandeira branca acima da minha porta
Eu estou apaixonado e sempre estarei

Eu sei que deixei muita bagunça
E destruição para voltar de novo
E eu não causei nada além de problemas
Eu entendo se você não pode falar comigo novamente
E se você vive pela regra do "Acabou"
Então tenho certeza de que faz sentido

Bem, eu irei naufragar com esse navio
E não vou levantar minhas mãos e me render
Não haverá bandeira branca acima da minha porta
Eu estou apaixonado e sempre estarei

E quando nos encontramos
Como tenho certeza que iremos
Tudo o que era antes
Ainda estará lá
Eu deixarei passar
E ficarei de boca fechada
E você vai pensar
que eu parti pra outra...

eu irei naufragar com esse navio
E não vou levantar minhas mãos e me render
Não haverá bandeira branca acima da minha porta
Eu estou apaixonado e sempre estarei

eu irei naufragar com esse navio
E não vou levantar minhas mãos e me render
Não haverá bandeira branca acima da minha porta
Eu estou apaixonado e sempre estarei

eu irei naufragar com esse navio
E não vou levantar minhas mãos e me render
Não haverá bandeira branca acima da minha porta
Eu estou apaixonado e sempre estarei

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Breve pensamento

Tudo tão rápido...
Apenas alguns instantes separam o paraíso do inferno.
E ficam somente as lembranças...
E lagrimas se misturam a um sorriso apagado a cada doce momento relembrado. Mas o mais difícil é ter a certeza de que se deve esquecer... E apenas seguir em frente...

Uma praça...
Um muro...
Uma igreja qualquer...

E a Lua continua lá no céu... Mas não brilha como antes... Já não há dança para iluminar...
E não há motivos para dançar... Apenas lembranças de uma noite de luar!

E serei Eu sua lembrança mais dolorosa
E será você a causa de minha insanidade
E terás que me odiar para me esquecer
E para isso teria eu que morrer...

Sozinha em seu quarto com seu violão
Sozinho na mais sublime escuridão
Iluminados pela mesma Lua
Aprisionados pela solidão

sábado, 18 de dezembro de 2010

Sou o que me ensinaram ser


Sou o que me ensinaram ser, um pouquinho do mundo está em mim e um pouquinho de mim ficou em você...
Sou a montanha que não se curva ao vento e o vento que não se cansa de soprar, sou a natureza em minha volta, os sentidos aguçados e o desejo ardente de amar.
Sou um pequeno, “grande pequeno”...
Ontem estive mal, hoje estou pior, ontem fui fraco, hoje sou forte, ontem estive vivo hoje sou a própria morte...
Sou assim... O que o mundo fez de mim.
Sou o quem me ensinaram ser...
Az vezes sou tristeza, outras vezes solidão.
Tem dias que sou pequeno, outros dias... Imensidão!

(Carlos Rocha)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Você Poderia Estar Feliz





(You Could Be Happy - Snow Patrol )



Você poderia estar feliz e eu não saberei
Mas você não estava feliz no dia que te vi partir



E todas as coisas que desejei não ter dito

São tocadas repetidamente até tornarem-se loucura na minha cabeça


é muito tarde pra te lembrar como nós éramos?
mas não nossos últimos dias de silencio, gritando, obscuros



Quase tudo de que lembro, me da certeza
Eu devia ter te impedido de sair porta afora



Você poderia estar feliz, eu espero que você esteja
Você me fez mais feliz do que jamais fui



E de alguma maneira tudo o que eu tenho cheira a você
E pelo mais curto momento, não é tudo verdade.



Faça as coisas que você sempre quis
Sem eu ali para te segurar, não pense, apenas faça



Mais do que qualquer coisa eu quero ver você, garota.
Retire um glorioso pedaço do mundo inteiro

segunda-feira, 22 de novembro de 2010


Apenas Respirar

(Just Breathe - Pearl Jam)


Sim, eu entendo que toda vida vai acabar, uh-huh
Enquanto nos sentamos sozinhos, eu sei que algum dia nós também vamos
Eu sou um homem de sorte, por contar em ambas as mãos as pessoas que amo
Alguns pessoas só tem uma, outras não tem nenhuma

Fique comigo
Vamos apenas respirar


Cometi todos os meus pecados, nunca vão me deixar vencer
Abaixo disso tudo, apenas outro ser humano
Eu não quero me magoar, há tanto nesse mundo para me fazer sangrar


Fique comigo
Você é tudo o que eu vejo


Eu disse que preciso de você?
Eu disse que quero você?
Se eu não disse, eu sou um bobo, viu
Ninguém sabe disso mais do que eu


Enquanto eu me confesso
Eu me surpreendo todo dia, enquanto olho pro seu rosto
Tudo o que você deu
E nada que você salvaria, oh, não.


Não há nada que você tomaria
Tudo o que você deu


Eu disse que preciso de você?
Eu disse que quero você?
Se eu não disse, eu sou um bobo, viu
Ninguém sabe disso mais do que eu
E eu me confesso


Não há nada que você tomaria
Tudo o que você deu
Me abrace até eu morrer
Te encontro do outro lado

terça-feira, 9 de novembro de 2010

“ETERNO”


Eterno...
Eterno é o momento presente, é o agora
Eterno é o desejo da alma, é cada pulsar do coração
Eterno é o simples fato da existência
É o suave suspiro de paixão
Eterno é o sonho verdadeiro
O ato de amor
A força de uma oração!

Eterno é o simples
É o normal...
E, o anormal
É tudo que se prende por um segundo em sua mente
E se mantém em seu coração... “eternamente”
Eterno é a certeza das incertezas
É a incerteza mais certa
É, ou não, uma coisa concreta...

Eterno é a força que nos mantém de pé
A infinita força da fé
É o delírio de um sonhador
É um beijo roubado
Um abraço apertado
É tudo que dura um instante
São as lembranças do passado...

Eterno...
Eterno sou eu
É você
Somos nós!

Eterno...
É o tudo
É o nada
E o futuro que nos aguarda!

Cada sopro de vida se concretiza “ETERNO” e se perde em algum momento da imensidão do tempo...

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Metade

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.
(Oswaldo Montenegro)

sábado, 23 de outubro de 2010

Quando tudo começa errado...


Quando tudo começa errado... A vida parece apenas mais um erro...
E num dia negro, como a mais sombria das noites... Todas as forças se revelam inuteis.
- E se eu desistir? - Pensa um coração esgotado.
- E se eu apenas desistir? - Cansado de tanats batalhas, não mais pulsaras...
Quando tudo começa errado... A vida parece apenas mais m erro...
Quando todas as tentativas se resultam em nada...
Qando todos os sentimentos se resultam em nada...
Quando todas as esperanças se resultam em nada...
Quando o "tudo" já não significa nada...
Então o nosso ser se transforma em "nada"!
- E onde se escondera o amor, que até então era tão presente?!
Refugiaste no mais sombrio recondido de nossa alma... De onde talvez nenhuma força possa o resgatar...
Porque quando tudo começa errado... Nada mais nos resta a não ser a certeza de nossos erros.
E o amor se torna apenas uma sombra da qual queremos desisperadamente fugir... E a dor e o medo então começa a nos
destruir, criando em nossa alma um deserto negro onde encotraremos apenas nossas duvidas e o reflexo
do que fomos um dia, mas já não mais acreditamos poder ser... E tudo se torna vazio...
- Mas e se eu desistir?
- E se eu apenas desistir?...
- Estaria desistindo de mim mesmo!
Mas afinal já não és "nada"?!
Quando tudo começa errado...
Resta a penas a duvida de que:
Se de alguma maneira não poderia ter dado certo?

(Carlos Rocha)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Um dia me disseram


Um dia me disseram que eu minha vida estava por um fio
E eu quase acreditei qe não sobreviveria
Um dia me disseram que eu não iria muito longe
E eu quase desisti deminha jornada
Um dia me disseram que sonhos são bobagem
E eu quase deixei de sonhar
Um dia me disseram que o dinheiro era tudo
E eu quase me vendi
Um dia me disseram que amizade estava extinta
E eu quase perdi um irmão
Um dia me disseram que valemos o que temos e não o que somos
E eu quase perdi o meu caracter
Um dia me disseram que Deus não existe
E eu quase perdi a minha fé
Um dia me disseram qe tudo está perdido
E eu quase acreditei que era o fim...

...AGORA ME DIZEM PARA DESISTIR DE VOCÊ...

...E EU TIVE CERTEZA QUE NÃO PODERIA!!!

...Pois, a vida é assim, há sempre um obstaculo no caminho.
Há sempre um motivo para acharmos que não vale a pena prosseguir.
Há sempre algo, ou, alguém para tentar nos impedir de ser feliz...

...Mas há também, sempre uma força maior em nossa alma.
Uma força infinita que sempre nos coloca de pé, não importa o tamanho da queda.
uma força chamada "AMOR"...

...E quando deixamos nos guiar por essa força, passamos a ter certeza de nossos
propositos, nossos valores, nossos caminhos, nossa escolhas...
Então o "QUASE" deixa de existirem nossas vidas...

EU TE AMO! E POR ISSO NÃO EXISTE "QUASE" PARA VOCÊ, MAS APENAS UMA INFINITA CERTEZA!


(Carlos Oliveira Rocha)

terça-feira, 12 de outubro de 2010

As pessoas têm estrelas

"- As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. Para o negociante, eram ouro. mas todas essas estrelas se calam. Tu, porém, terás estrelas como ninguém... Quando olhares o céu de noite, porque habitarei uma delas, porque numa delas estarei rindo, então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem rir! E quando te houveres consolado (a gente sempre se consola), tu te sentirás contente por me teres conhecido. Terás vontade de rir comigo. E abrirás às vezes a janela à toa, por gosto... E teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu. Tu explicarás então: "Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!"


O Pequeno Principe - Saint-Exupèry

A RAPOSA E O PRÍNCIPE





E foi então que apareceu a raposa:
__Bom dia,disse a raposa.
__Bom dia,respondeu polidamente o principezinho,que se voltou,mas não viu nada.
Eu estou aqui,disse a voz,debaixo da macieira...
__Quem és tu?perguntou o principezinho.Tu és bem bonita...
__Sou uma raposa,disse a raposa.
__Vem brincar comigo,propôs o principezinho.Estou tão triste...
__Eu não posso brincar contigo,disse a raposa.Não me cativaram ainda.
__Ah!desculpa,disse o principezinho. Após uma reflexão,acrescentou:
__Que quer dizer "cativar"?
__Tu não és daqui,disse a raposa.Que procuras?
__Procuro os homens,disse o principezinho.Que quer dizer "cativar"?
__Os homens,disse a raposa,têm fuzis e caçam.É bemincômodo!Criam galinhas também.
É a única coisa interessante que eles fazem.Tu procuras galinhas?
__Não,disse o principezinho .Eu procuro amigos.Que quer dizer "cativar"?
__É uma coisa muito esquecida,disse a raposa.Significa "criar laços...".
__Criar laços?
__Exatamente,disse a raposa.Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual
a cem mil outros garotos.E eu não tenho necessidade de ti.E tu não tens necessidade de mim.
Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas.
Mas se tu me cativas,nós teremos necessidade um do outro.Serás para mim único no mundo.
E eu serei para ti única no mundo...
__Começo a compreender,disse o principezinho... Existe uma flor...eu creio que ela me cativou...
__É possível,disse a raposa.Vê-se tanta coisa na Terra...
__Oh!não foi na Terra,disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
__Num outro planeta?
__Sim.
__Há caçadores nesse planeta?
__Não.
__Que bom.E galinhas?
__Também não.
__Nada é perfeito,suspirou a raposa.
Mas a raposa voltou à sua idéia:
__Minha vida é montona. Eu caço galinhas e os homens me caçam.Todas as galinhas se parecem
e todos os homens se parecem também. E por isso me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas,
minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros.
Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra.O teu me chamará para fora da toca,como se fosse música.
E depois,olha!Vês lá longe,os campos de trigo?Eu não como pão.O trigo para mim é inútil.Os campos de
trigo não me lembram coisa alguma.E isso é triste!Mas tu tens cabelos cor de ouro.Então será maravilhoso
quando me tiveres cativado.O trigo,que é dourado,fará lembrar-me de ti.E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
__Por favor...cativa-me!disse ela.
__Bem quisera,disse o principezinho,mas eu não tenho muito tempo.Tenho amigos a descobrir e muitas coisas
a conhecer.
__A gente só conhece bem as coisas que cativou,disse a raposa.Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa
alguma.Compram tudo prontinho nas lojas.Mas como não existem lojas de amigos,os homens não têm mais
amigos. Se tu queres um amigo,cativa-me!
__Que é preciso fazer?perguntou o principezinho.
__É preciso ser paciente,respondeu a raposa.Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim,assim,na relva. Eu te olharei
para o canto do olho e tu não dirás nada.A linguagem é uma fonte de mal-entendidos.Mas,cada dia,te sentarás mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
__Teria sido melhor voltares à mesma hora,disse a raposa. Se tu vens,por exemplo,às quatro da tarde,desde às três eu
começarei a ser feliz.Quanto mais a hora for chegando,mais eu me sentirei feliz.Às quatro horas então,estarei inquieta
e agitada:descobrirei o preço da felicidade!


(O Pequeno Principe - Saint-Exupèry)

terça-feira, 21 de setembro de 2010

O que fazer?


O que dizer quando já é tarde de mais para dizer qualquer coisa?
Como agir quando já não há mais tempo para reação?
Poderíamos apenas fingir?
Ou apenas nos calar?
E quando o coração fala mais alto que a razão?
Podemos tapar os ouvidos, mas jamais calaremos a voz de nosso coração!
Então o que fazer diante a realidade qual agora nos encontramos?
Poderíamos apenas fingir?
Poderíamos apenas nos calar?
E quando os sonhos aprisionados dentro de nós começam a nos sufocar?
E quando o amor se mostra mais forte que a vontade de não amar?
E quando nossa consciência se torna espinhos a nos castigar?
E quando nossa determinação vai além do medo de se machucar?
Podemos tapar os ouvidos, mas jamais calaremos a voz de nosso coração!
Então, o que fazer quando perdidos na mais pura escuridão?
O que fazer quando sufocados pela solidão?
Como calar os gritos do silêncio?
Poderíamos apenas fingir?
Poderíamos apenas nos calar?
E o que fazer quando perdemos a fé?
O que fazer quando matamos a nossa ultima esperança?
Como acreditar no impossível?
E se for preciso sangrar?
Se for preciso... Até a ultima gota?
Teríamos coragem suficiente?
E como ter certeza do que já sabemos ser incerto?
Mas o que é não é incerto afinal?
Então, porque não arriscar?
Poderíamos apenas fingir?
Poderíamos apenas nos calar?
Podemos tapar os ouvidos, mas jamais calaremos a voz de nosso coração!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

09 de setembro





São sonhos que não se realizam
Desejos que não se concretizam
São dias cheios de nada
Noite e noite e nada
Mas ainda há de haver esperança
Por trás do sorriso de cada criança
Em cada abraço apertado
Por trás de um beijo roubado
São tempos e tempos perdidos
São noites escuras
E dias frios
Apenas corações partidos
Mas ainda há de haver esperança
Olhando um céu estrelado
Sorrindo deitado ao seu lado
Ou em cada pequena lembrança
Na Lua que ilumina sua alma
No sol que te aquece
Nas coisas simples da vida
Naquilo que nunca se esquece
Na chuva que molha sua face
No brilho de cada olhar
No tudo e no nada
No desejo de amar
São pedras e espinhos
São medos e anseios
São minhas fotos rasgadas
Estilhaços de espelhos
São perdas e perdas
São noites mal dormidas
Pesadelos de dia
São apenas mais feridas
São horas e horas
E tudo que me lembro
Perdido e sozinho
Em um 09 de setembro
Mas ainda há de haver esperança...

terça-feira, 27 de julho de 2010

EU SOU!



Em principio gostaria de dizer que não sigo regras, não leio manuais de instruções e não vivo de planos... Sigo apenas meu coração, corro riscos incalculáveis, luto pelo que acredito e, sinceramente, acredito em meus sonhos!

Não sei amar pela metade, não sei sonhar de pés no chão, não sei viver de mentira, não sei ser o que não sou... Eu amo intensamente... Eu sonho alucinadamente... E vivo! Sim, eu vivo... Eu apenas “sou”... E o que sou, é o bastante para querer sempre o melhor, lutar sempre pelo melhor e acreditar sempre que se pode ser melhor.

Não me peça para ser igual, pois sou diferente. Não me peça para ser racional, pois continuarei a seguir meu coração. Não me peça para desistir, pois lutarei até o fim.

Sinceramente, nem sempre o que vejo me agrada, mas, nem sempre agrado aos que me vêem. Por isso respeito às diferenças... Não tenho raça, cor, ou crédulo... Sou apenas humano. E acredito que é o que todos deveríamos ser.

Não tenho mais pressa, pois já corri de mais e sei o fim dessa estrada. Choro quando tenho vontade, mas muitas vezes ri com vontade de chorar.

Tenho duvidas que me incomodam, tenho medos que me estremecem e tenho marcas que não desaparecem... Mas tenho fé! E sei que, por mais escuro que seja à noite, haverá um sol ao amanhecer.

Eu sou assim, meio sério, meio bobo. Meio criança, meio adulto. Meio lúcido, meio louco. “Eu sou”!

(Carlos Rocha)

segunda-feira, 26 de julho de 2010

EM BUSCA DA FELICIDADE



Passamos a vida em busca da felicidade.
Procurando o tesouro escondido.


E, assim, uns fogem de casa para serem felizes.
Outros fogem para casa em busca da felicidade.


Uns se casam pensando em serem felizes.
Outros se divorciam para serem felizes.


Uns desejam viver sozinhos para serem felizes.
Outros desejam possuir uma grande família a fim de serem felizes.


Uns fazem viagens caríssimas buscando serem felizes.


Outros trabalham além do normal
buscando a felicidade.


Uns desejam ser profissionais liberais
para comandar a sua própria vida e poder serem felizes.
Outros desejam ser empregados
para ter a certeza do salário no final do mês e,
assim, poderem ser felizes.


Outros, ainda, desejam trabalhar por comissão,
assegurando que o seu esforço
se transforme em melhor remuneração e assim serem felizes.


É uma busca infinita.
Anos desperdiçados.


Nunca a lua está ao alcance da mão.
Nunca o fruto está maduro.
Nunca o carinho recebido é suficiente.


Mas, há uma forma melhor de viver!


A partir do momento em que decidirmos sermos felizes,
nossa busca da felicidade chegou ao fim.


É que percebemos que a felicidade não está na riqueza material, na casa nova, no carro novo, naquela carreira, naquela pessoa.

E jamais está à venda.


Quando não conseguimos achar satisfação dentro de nós mesmos, é inútil procurar em outra parte.


Sempre que dependemos de fatores externos para ter alegria, estamos fadados à decepção.


A felicidade não se encontra nas coisas exteriores.


A felicidade consiste na satisfação com o que temos e com o que não temos.


Poucas coisas são necessárias para fazer o homem sábio feliz, ao mesmo tempo em que nenhuma fortuna satisfaz a um inconformado.


As necessidades de cada um de nós são poucas.


Enquanto nós tivermos algo a fazer, alguém para amar, alguma coisa para esperar, seremos felizes.


Tenhamos certeza:


A única fonte de felicidade está dentro de nós, e deve ser repartida.


Repartir nossas alegrias
é como espalhar perfumes sobre os outros:
Sempre algumas gotas acabam caindo sobre nós mesmos.


Se chover, seja feliz com a chuva que molha os campos, varre as ruas e limpa a atmosfera.


Se fizer sol, aproveite o calor.


Se houver flores em seu jardim, aproveite o perfume.


Se tudo estiver seco, aproveite para colocar as mãos na terra, plantar sementes e aguardar a floração.

"O TEMPO É MUITO LENTO PARA OS QUE ESPERAM.
MUITO RÁPIDO PARA OS QUE TÊM MEDO.
MUITO LONGO PARA OS QUE LAMENTAM
MUITO CURTO PARA OS QUE FESTEJAM
MAS PARA OS QUE AMAM
O TEMPO É ETERNIDADE."

(Desconheço a autoria)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

APENAS PALAVRAS



Palavras são apenas palavras
Palavras de afeto
Palavras de amor

Apenas palavras
Se comparadas ao seu sorriso
Ao seu abraço
Ou ao aconchego de seu calor

Palavras são apenas palavras
Palavras de fé
Palavras de esperança

Apenas palavras
Que omitem o crime
Que ditam as regras
Que desnudam o sonho de uma criança

Palavras são apenas palavras
Palavras certas
Palavras erradas

Apenas palavras
Que nos tornam mestres
Que nos tornam monstros
E vão deixando cacos por nossas estradas

Apenas palavras
Que exprimem os fatos
Que eternizam os momentos
Que é simples de fato
E traduzem os sentimentos

Palavras são... “Apenas palavras!”

(Carlos Rocha)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

ETERNO II



Eu vi uma estrela cair
E no céu negro e tempestuoso
Vi uma lua surgir

Eu ouvi o sino badalar
Senti o vento que soprava
E apreciei as ondas do mar

Eu vi o dia nascer
Eu vi o tempo passar
Senti o sol me aquecer
Ouvi a música tocar

Eu vi os anjos e suas trombetas
No céu azul um arco-íres
E entre as flores borboletas

Eu vi você me olhar
Ouvi você me chamar
E por um breve momento
Senti você me amar

Perdi meu tempo na eternidade
Vivi minha vida em meio às tempestades
Caminhos percorridos
Caminhos caminhados

Eu tive tempo para rir
E tive tempo para chorar
Vivi momentos eternos
Deixei a vida me levar

A cada nota tocada
A cada suspiro a suspirar
A cada segundo inesquecível
A cada desejo de se eternizar

Eu tive sonhos de criança
Tive desejos de adulto
Eu tive fé e esperança
Me eternizei por um minuto

Eterno é tudo aquilo que dure tempo suficiente para doer quando se perde
Eterno é tudo aquilo que dure tempo suficiente para sorrir quando se lembra

Eu vi
Ouvi
Senti
Vivi

Perdi meu tempo na eternidade.

(Carlos Rocha)

sábado, 5 de junho de 2010

Querem Meu Sangue



Composição: Jimmy Cliff - Versão: Nando Reis

Dizem que guardam bom lugar pra mim no céu
Logo que eu for pro beleléu.
A minha vida só eu sei como guiar
Pois ninguém vai me ouvir se eu chorar.
Mas enquanto o sol puder arder
Não vou querer meus olhos escurecer

Pois se eles querem meu sangue
Verão o meu sangue só no fim.
E se eles querem meu corpo
Só se eu estiver morto, só assim.

Meus inimigos tentam sempre me ver mal,
Mas minha força é como o fogo do Sol.
Pois quando pensam que eu já estou vencido
É que meu ódio não conhece o perigo.
Mas enquanto o Sol puder brilhar
Eu vou querer a minha chance de olhar.

Pois se eles querem meu sangue
Verão o meu sangue só no fim.
E se eles querem meu corpo
Só se eu estiver morto, só assim.

E eu vou lutar pra ter as coisas que eu desejo.
Não sei do medo, amor, pra mim não tem preço
Serei mais livre quando não for mais que osso,
Do que vivendo com a corda no pescoço.
Mas enquanto o Sol no céu estiver
Eu vou fechar meus olhos quando quiser.

Pois se eles querem meu sangue
Verão o meu sangue só no fim.
E se eles querem meu corpo
Só se eu estiver morto, só assim.

domingo, 9 de maio de 2010

SELVAGEM



(Paralamas do Sucesso)

A polícia apresenta suas armas
Escudos transparentes, cassetetes
Capacetes reluzentes
E a determinação de manter tudo
Em seu lugar

O governo apresenta suas armas
Discurso reticente, novidade inconsistente
E a liberdade cai por terra
Aos pés de um filme de Godard

A cidade apresenta suas armas
Meninos nos sinais, mendigos pelos cantos
E o espanto está nos olhos de quem vê
O grande monstro a se criar

Os negros apresentam suas armas
As costas marcadas, as mãos calejadas
E a esperteza que só tem quem tá
Cansado de apanhar

segunda-feira, 5 de abril de 2010

As pessoas em nossas vidas



Pessoas passam por nossas vidas a todo o momento...
Algumas passam rápido demais e a gente quase nem percebe.
Outras permanecem por algum tempo e quando partem deixam um grande vazio em nossas almas.
Algumas mesmo passando muito depressa, ainda conseguem marcar nossos corações. Assim como outras que apesar de permanecerem por uma longa temporada ao nosso lado, se vão sem deixar muitas saudades...

É assim o circulo da vida... Todos os dias cruzamos com pessoas que vem e vão... Que nos marcam ou não com suas presenças... Que por breves, ou, longos períodos nos fazem companhia por essa jornada chamada vida...

Mas há sempre aquelas pessoas especiais... Aquelas que tocam nossas almas e nos marcam parra sempre... Aquelas que jamais gostaríamos que partissem... Aquelas que mesmo que por um “minúsculo” período, nos faz um bem “gigantesco”...


(Carlos Rocha)

quinta-feira, 18 de março de 2010

Definitivo



Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções
irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado
do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter
tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que
gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas
as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um
amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os
momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas
angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma
pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez
companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um
verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos, nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do
sofrimento,perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional...

(Carlos Drumond de Andrade)

quinta-feira, 11 de março de 2010

É preciso correr riscos.


É preciso correr riscos. Só entendemos direito o milagre da vida quando deixamos que o inesperado aconteça.

Todos os dias Deus nos dá – junto com o sol – um momento em que é possível mudar tudo que nos deixa infelizes. Todos os dias procuramos fingir que não percebemos este momento, que ele não existe, que hoje é igual a ontem e será igual a amanhã. Mas quem presta atenção ao seu dia, descobre o instante mágico. Ele pode estar escondido na hora em que enfiamos a chave na porta pela manhã, no instante de silêncio logo após o jantar, nas mil e uma coisas que nos parecem iguais. Esse momento existe – um momento em que toda a força das estrelas passa por nós e nos permite fazer milagres.

A felicidade às vezes é uma benção – mas geralmente é uma conquista. O instante mágico do dia nos ajuda a mudar, nos faz ir em busca de nossos sonhos. Vamos sofrer, vamos ter momentos difíceis, vamos enfrentar muitas desilusões – mas tudo é passageiro, e não deixa marcas. E, no futuro, podemos olhar para trás com orgulho e fé.

Pobre de quem teve medo de correr os riscos. Porque este talvez não se decepcione nunca, nem tenha desilusões, nem sofra como aqueles que têm um sonho a seguir. Mas quando olhar para trás – porque sempre olhamos para trás – vai escutar seu coração dizendo: “O que fizeste com os milagres que Deus semeou por teus dias? O que fizeste com os talentos que teu Mestre te confiou? Enterraste fundo em uma cova, porque tinha medo de perde-los. Então, esta é a tua herança: a certeza que desperdiçaste tua vida.”

Pobre de quem escuta estas palavras. Porque então acreditará em milagres, mas os instantes mágicos da vida já terão passado.

(Paulo Coelho - Na margem do Rio Piedra eu sentei e chorei) 

sábado, 6 de março de 2010

Querem me corromper


Ultimamente tenho notado que muitas pessoas tem andado meio irritadas com minha forma de pensar e de agir, pois geralmente minhas opiniões são controvérsias e meus atos julgados como rebeldes. Sou um tanto quanto moralista, e isso também tem lhes irritado, pois a moral há tempos parece ter saído de moda e por todo o mundo parece que a moralidade anda incomodando. Tenho os pés firmes no chão, mas não abro mãos de meus sonhos e isso parece incomodar ainda mais, pois sou constantemente chamado de doido, lunático, idiota, sonhador e coisas do gênero. Querem que eu seja igual, que eu seja "normal", que eu seja apenas mais um na multidão. Querem me dobrar e, como se tratassem de um animal selvagem,  tentam me domesticarem, tentam a todo o custo me “normalizar”. Pois bem, continuarão a tentar, já que eu não eis de ceder, não me dobrarei a “normalidade patológica” a que eles pregam. Não me domesticarei e nem eis de me corromper a mediocridade de tantos “iguais”. Não serei mais um a seguir um sistema falido, pelo fato de muitos acreditarem que a maioria está sempre certa. E a esses “normais” que continuam a seguir as regras por acreditarem sempre na maioria, eu tenho apenas uma coisa a dizer: “Comam merda! Um bilhão de moscas não podem estar erradas!”

(Carlos Rocha)

segunda-feira, 1 de março de 2010

Menina


Nas tardes tristes dos domingos, ela se perdia em seus sonhos de menina. Sonhava com um príncipe encantado que lhe buscava em um cavalo branco alado.

Passava horas ali, sob a sombra de um velho ipê, com a leve brisa que soprava em sua face e um brilho no olhar que parecia raio de luz ao amanhecer.

E seus pensamentos vagavam por mundos tão distantes... E se perdiam na imensidão do tempo... Por hora pensamentos vazios outrora desejos alucinantes.

Sonhava!
Sonhava com o dia que seus cabelos cacheados se cobririam com um véu branco diante do príncipe amado.

Ah, menina!...
Sonhe!
Sonhe, doce alma feminina!
Sonhe os mais belos sonhos de minina!




(Carlos Rocha)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O começo do fim de uma nação



"Quando metade da população entende a idéia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação. "

Adrian Rogers, 1931

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Porque sofremos tanto afinal?



Dizem que a vida é a maior dádiva de Deus, então eu fico a me perguntar: “Porque não podemos simplesmente ser felizes?”.

O tempo passa tão rápido e junto com ele arrasta nossas vidas, nos deixando apenas a saudade de uma vida mal vivida, uma vida sofrida, cheia de encontros e desencontros, uma verdadeira peregrinação por caminhos desconhecidos e quase sempre cheios de pedras e espinhos. E como se não bastasse, numa tarde ensolarada de domingo vem o tempo e nos diz que já não há mais tempo.

“Porque não podemos simplesmente ser felizes?”, eu me pergunto mais uma vez. Uma pergunta que permanecerá, para mim, eternamente sem resposta, pois não posso simplesmente aceitar sugestões filosóficas ou religiosas que quase sempre nos leva a um estado pleno de aceitação. Uma monotonia mental que nos aquieta o coração. Sim, porque é sempre mais fácil a aceitação, mesmo que de algo ilusório e tantas vezes irreal, do que permanecer na amargura da duvida.

Dizem que a vida não é para se entender, mas para se viver. De certa forma eu concordo com esse ponto de vista filosófico, porque assim como o amor, a vida deve ser sentida, deve ser vivida, sem explicações, sem medo e com maior intensidade possível. Mas como podemos, nós, não questionar afinal? Como aceitar o fato de que alguns simplesmente passarão pela vida, sem se quer saber o real significado da palavra “felicidade”? Como não questionar o fato de que tantos levam uma vida miserável nesse mundo se a vida é uma “dádiva divina”? Seriamos, nós, os grandes vilões dessa história? Mas que culpa temos? Somos nós, Deuses? Deveríamos, com a mesma facilidade que temos para respirar, evitar todos os pecados da carne? Ou simplesmente aceitar o fato de que somos imperfeitos e que, talvez, isso seja suficiente para que soframos tanto?

Enquanto o tempo se arrasta por entre a vida e nos arrasta junto com ele, cassamos desculpas, quase sempre sem fundamentos, para justificar nosso sofrimento e o sofrimento de outros tantos como nós. Quem nunca sofreu afinal? Se pararmos para analisar a história do ser humano, podemos chegar à conclusão de que não há e nunca houve em todos os tempos, uma alma que não tenha experimentado o amargo sabor do “sofrimento” e da “infelicidade”. O ser humano vem sofrendo desde o principio dos tempos e esse fato será encontrado tanto em livros históricos quanto nas escrituras sagradas.

Eu fico a pensar se somos tão ruins assim? Imagem e perfeição do criador e mesmo assim não somos dignos de “simplesmente ser felizes”. Em guerra com a vida, em guerra com o tempo, em guerra com a morte... Sempre em guerra com a felicidade!

Sei que amanhã muitos serão os religiosos frenéticos a criticarem esse texto, mas não o escrevo como uma afronta a Deus e sim como um desabafo a vida. Somos humanos afinal, não que isso signifique (ao menos para mim não significa) que errar é humano. Acho que isso é mais um clichê para hipócritas. Mas ainda sim, somos apenas humanos, criaturas frágeis diante da vida e da magnitude divina. E sendo assim não posso simplesmente me calar e aceitar o sofrimento, mesmo que causado por nós mesmos. Não posso aceitar que tudo que passamos seja simplesmente uma lição, um aprendizado, uma experiência espiritual. Não posso me calar diante da vida sem ao menos perguntar: “Porque sofremos tanto afinal?”.

(Carlos Rocha)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

PORCOS NO CHIQUEIRO



Enquanto o povo sofre e trabalha o ano inteiro, os porcos se esbaldam e fazem a festa no chiqueiro.

Que porquinhos bonitinhos, que porquinhos danadinhos, dariam uma boa feijoada, pezinhos, orelhas e focinhos.

A sujeira fede tanto, que ninguém agüenta mais, que bagunça que mau cheiro, são os porcos no chiqueiro.

Esgoto;
Esgotinho
Esgotado...

Fazem a festa os porquinhos no senado!!!

(Carlos Rocha)

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Obra prima




Definição do que é amor
O perfume suave de uma flor
Da mais sublime beleza
Ao toque feminino da pureza

Finas pétalas
Seres petulantes
Sabem ser humanas
Sabem ser amantes

Graciosa arte divina
Traços impecáveis
Obra prima

Quase a perfeição
De alma cristalina
Feito flores no jardim
A beleza feminina

Deusa da criação
Deste a luz em sete dias
Quando só havia escuridão

Criatura imaculada
De sagrado coração
Presença venerada
Criatura e Criação

Luz do amanhecer
Sonho bom ao anoitecer
Forte e definida
Doce e decidida

Ser que sabe “ser” o que se é
Se Deus fosse humano
Não seria homem
Seria mulher.


(Carlos Rocha)

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

SEPULTADO VIVO



Nas batidas frenéticas de meu coração
Ouço respingos de lágrimas no ar
Ouço murmúrios da multidão
Eu ouço a música tocar

Ouço choros
Ouço gritos
Eu sinto os passos no chão
Enquanto os vermes vagarosamente invadem meu caixão

A terra explode como um trovão
Cai como chuva
Na tampa de meu caixão

Momentos intermináveis de dor
Medo
Angustia
E pavor

Sozinho na escuridão surreal
Debaixo de sete palmos
Sob uma pedra fria que diz:
Aqui jaz Fulano de Tal

(Carlos Rocha)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

“SER HUMANO”



Se eu pudesse me ver no estado deprimente que estou
Eu diria que sou o que fiz
Mas não quis o que sou

Pois seria vergonhoso para qualquer ser
Em estado deplorável do viver
Admitir o que se é
Principalmente quando não se quer ser

Eu sou mais forte do que se possa imaginar
Tenho mais coragem do que se possa acreditar
Mas sinceramente:
Não tenho a mínima vontade de lutar!

Não me dei por vencido
Mas não me importo em perder
Essa guerra não é minha
Ou ao menos não deveria ser

Se meu reflexo no espelho eu pudesse ver
Eu no mínimo diria:
Você não sou eu e Eu não sou você!

Pois me envergonho de ser
“HUMANO”
E é lamentável dizer

De toda espécie da terra
De toda raça na relva
É a única que não sabe viver

No topo da cadeia alimentar
Na decadência crônica do que se diz “amar”
Se mata todo dia
Sem querer se matar

Ah, se eu pudesse me ver no estado deprimente que estou...
“SER HUMANO”
É triste aceitar
Mas é o que sou!

(Carlos Rocha)

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Porque comemoramos aniversário


Porque comemoramos aniversário?
A cada ano que se passa perdemos a nossa juventude
A cada aniversário comemorado é menos tempo de vida
Então porque comemorar?
E todas as coisas que estamos deixando para trás?
E todas as coisas que ainda não vivemos?

E nossos planos?
Nossos sonhos?
Será que vai dar tempo?
O tempo está se esgotando!
Então por quê?
Porque comemoramos aniversário?

Comemoramos, não pela juventude perdida, mas pela experiência adquirida.
Comemoramos, não pelo tempo que não teremos, mas por todo tempo que já tivemos.
Comemoramos não pelo que estamos deixando para trás, mas pelo o que encontramos pelo caminho.
Comemoramos não pelo o que ainda não vivemos, mas pelos momentos que se eternizaram.

Planeje menos e viva mais!
Lute sempre pelos seus sonhos!
E sim! Definitivamente, vai dar tempo!...
O tempo pode estar esgotando, mas ainda há tempo suficiente para abraçar os amigos, perdoar os inimigos, agradecer pela vida e dizer mais uma vez: “Eu te amo!”
Porque comemoramos aniversário?
Comemoramos a VIDA!
Por isso comemoramos aniversário!

(Carlos Rocha)

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Filhos da Pátria



Nascemos da patologia de uma sociedade moderna e da modernidade de uma sociedade doente. Fomos criados as margens da civilização, feito bichos, animais desprezíveis. Somos escravos de um sistema desumano, acorrentados pela própria existência. Somos filhos de uma pátria suja, manchada pela corrupção e pela hipocrisia, somos parte de um “sistema feudal moderno”, no qual os senhores feudais (Políticos e grandes empresários) continuam sendo donos de tudo, nobres (Ricos) continuam a ocupar posições importantes e de destaque na sociedade e o Clero (Igreja) continuam a exercer grande influência. E nós, a plebe, camponeses, escravos (O POVO), continuamos a ser a escoria da humanidade. Somos lixos orgânico, apenas vultos, sombras do que se diz “sociedade globalizada”. Somos mancha negra na pintura. Somos “filhos de uma pátria sem filhos”. Apenas FILHOS DA PUTA!

(Carlos Rocha)

Solo Le Pido A Dios




Sólo le pido a Dios
Que el dolor no me sea indiferente,
Que la reseca muerte no me encuentre
Vacío y solo sin haber hecho lo suficiente.

Sólo le pido a Dios
Que lo injusto no me sea indiferente,
Que no me abofeteen la otra mejilla
Después que una garra me arañó esta suerte.

Sólo le pido a Dios
Que la guerra no me sea indiferente,
Es un monstruo grande y pisa fuerte
Toda la pobre inocencia de la gente.

Sólo le pido a Dios
Que el engaño no me sea indiferente
Si un traidor puede más que unos cuantos,
Que esos cuantos no lo olviden fácilmente.

Sólo le pido a Dios
Que el futuro no me sea indiferente,
Desahuciado está el que tiene que marchar
A vivir una cultura diferente.

(Música Sólo le pido a Dios - Mercedes Sosa)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Um Apólogo





Machado de Assis



Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:

— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...

Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:

— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...

A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:

— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.

Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:

— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.

Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:

— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

Texto extraído do livro "Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos", Editora Ática - São Paulo, 1984, pág. 59.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

EU QUASE POSSO...




EU QUASE POSSO...

Eu quase posso ver o vento soprar
Eu quase posso sentir sua voz me tocar
Enquanto lembrava dos dias quentes de verão
Dos tempos que nunca voltarão

O tempo é tão previsível!
Mas de fato
Os fatos pertencem ao amanhã
E o amanhã costuma ser imprevisível

Eu quase posso ouvir o sabor do chocolate
Eu quase posso tocar a música daquela tarde
O aroma doce da primavera
A delicadeza de uma flor amarela

O dia passa
A noite passa
O tempo passa
A vida passa

Eu quase posso sentir o sino da igreja
Eu quase posso ouvir aquela bala de cereja
O clima gostoso daquele outono
E uma boa noite de sono

Na lápide fria onde jaz meu coração
Todas as incertezas
Todas as dores
E todos os medos que já mais me deixarão

Eu quase posso ver os gritos de alegria
Eu quase posso tocar o aroma de magia
O frio intenso de inverno
Naquele momento que se fez eterno

Apenas lembranças
De tempos que não voltarão
Seja inverno, outono ou verão
Primaveras que se apagarão

Mas eu quase posso tocar...

(Carlos Rocha)

Eu sou



Da noite eu sou a escuridão
O relampejo sombrio
O amargo da solidão

As tempestades de inverno
As sombras mais medonhas
Eu sou as chamas do inferno

Eu sou o intocável
Sou frio
E indesejável

Estou na face de cada ser
Estou nas margens da vida
Na aurora do amanhecer

Quem me vê não esquece
Quem me busca estremece
Quem me encontra padece

Eu sou a memória do mundo
A dor das lembranças
O sono mais profundo

Sou as lagrimas dos presentes
Sou a saudade dos ausentes
Implacável

O que não se deseja sonhar
Indecifrável
Sou a tristeza no olhar

Eu sou o caminho sem volta
Sou a tranca da porta
Inevitável

Eu sou a fraqueza do forte
Eu sou a falta de sorte
Eu sou a única certeza...

Eu sou a morte...

Heróis de amanhã


Seremos nós os heróis de amanhã
Os defensores da justiça
Os regentes do império
Guardiões de todos os mistérios

Seremos nós, a força bruta
A astúcia
E os punhos firmes
De to homem que luta

Faremos o futuro
Porque fomos o passado
Filhos legítimos
Os renegados

Somos nós a vossa glória
A carta na manga
O trunfo
Vossa vitória

Vossas esperanças
A redenção da raça
O contexto da história
Somos crianças!

(Carlos Rocha) 

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A música que tocava


As lagrimas escorrem por minha face
Gotas de sangue que respingam no meu coração
E no silencio que habita meu ser
Vejo-me perdido na escuridão

Uma música toca longe
E de mais longe chora uma criança
E chora o mundo
Enquanto se acaba a esperança

As guerras continuam santas
Os filhos continuam órfãos
As mães padecem
E as dores são tantas!

Tudo parece perdido
Tudo parece...
Terá Deus nos esquecido?

Sentimos o fogo frio que nos consomem
O desespero que nos devora
A decadência da raça “Homem”

O mundo está se despedaçando
A terra esta cedendo
A criança chora
E eu ainda ouço a musica tocando

Como um pedido desesperado
Um grito de socorro
Uma ultima chance
Um desejo fiel

A música toca:

Bate
Bate
Bate
Na porta do céu!

Bate
Bate
Bate
Na porta do céu!


(Carlos Rocha)

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Cego, surdo e mudo




Não vejo nada
Não ouço nada
Não digo nada

Não manifestarei minha ignorância através de palavras
Pois, palavras não sei pronunciar
Não vejo o que sou
Não ouço o que dizem do meu ser

Eu apenas existo
Cego, surdo e mudo
Não sei o que é viver!




(Carlos Rocha)

Apócrifo



Perante os fatos incontestáveis
A religião pode até dominar
Mas só domina os cegos
Ou os que não querem enxergar

E de fato incontestável, só há a hipocrisia humana
O resto eu contesto
Contesto a certeza, a duvida
E o amor de quem nos ama

Contesto Deus e o Diabo
Contesto a vida e a morte
Contesto o Divino e o profano
Contesto o fraco e o forte

O Universo é contestável
Como tudo o mais que possa existir
Mas a hipocrisia do ser humano
Essa sem duvida vai persistir

O “homem” nasceu cego
E cego morrerá
E se um dia enxergar
Diferença não fará

Pois de tudo que seus olhos verem
De todas as certezas que tiveres
A hipocrisia eis de contestar

Por isso, perante os fatos incontestáveis
Eu eis de contestar
E perante a hipocrisia do homem
Eu eis de contestar

Pois no mundo em que vivemos,
O homem não precisa de religião
O homem precisa é de paz, fé...
...E amor no coração.


(Carlos Rocha)

"O reino de Deus está dentro de você e ao seu redor, não em prédios de madeira e pedra. Corte um pedaço de madeira e lá estarei, levante uma pedra e me encontrarás."
(Apócrifo - S. Tomé)