terça-feira, 22 de dezembro de 2009

MEU MAUSOLÉU



 As minhas certezas se perderam todas nas entrelinhas do tempo... Ficaram apenas as dúvidas que nos corrompe. Tive vontade de chorar, mas não chorei, tive vontade de gritar, mas não gritei, tive a fúria nos olhos e dor no peito, mas me calei. Permiti-me ser tocado pelo mais profundo silêncio e me encontrei no mais vazio dos sentimentos. Fui devorado pela mais cruel escuridão e destruído pelo vendaval da desilusão.


Dos sonhos que sonhei, dos planos que criei, dos mundos que conquistei... Restaram apenas lembraças, bucaracos vazios, lagrimas de criança. Vivendo sem viver, sentindo o meu chão ceder, o céu escurecer, perdido... Completamente perdido... Sepultado vivo... Destino cruel, devorado pela vida, escrevi epístolas em meu mausoléu.

(Carlos Rocha)


terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Apenas dias




Há dias de glorias
E dias de lagrimas
Dias em que nossas espadas se erguem
E dias que nossos escudos nos defendem

Há dias de se defender
E dias de atacar
Dias de rir
E dias de chorar

Há dias em que nos perdemos
E dias em que nos encontramos
Dias de convicções
E dias que mal sabemos quem somos

Há dias de sonhar
E dias de realizar
Há dias de amor
Há dias de amar

Há dias de paz
E dias de guerra
Dias que a gente acerta
E dias que a gente erra

Há dias de lutar
Há dias de esperança
Dias de pensar
E dias de ser criança

Há dias que o tempo não passa
E dias que o tempo parece voar
Há dias para perder
E dias para ganhar

E há dias que são apenas dias
Dias que nos lembraremos
Dias que nos esqueceremos
Dias e mais dias

Há dias...
E dias...
E mais dias...
E apenas há dias!

(Carlos Rocha)

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores



Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção...

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...

Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão...

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...

Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição:
De morrer pela pátria
E viver sem razão...

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...

Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não...

Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição...

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...

(Composição: Geraldo Vandré)

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Metamorfose Ambulante




Prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante

Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo

Eu quero dizer
Agora, o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante

Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo

Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou

Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor

Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator

É chato chegar
A um objetivo num instante
Eu quero viver
Nessa metamorfose ambulante

Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo

Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou

Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor

Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator

Eu vou lhe dizer
Aquilo tudo que eu lhe disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante

Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo

(Música: Metamorfose Ambulante - Composição: Raul Seixas )

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Berlim




Quando o mal nos cega e um se torna dois... Dividimos nossas vidas... Nossos mundos... Nossos sonhos... E divididos ficamos em partes desiguais... Então perdemos a fé, a esperança e nada nos resta mais...

Erguemos as muralhas do ódio e de ódio nos erguemos. Divididos entre a cobiça e a miséria, feito animais raivosos, selvagens e irracionais, bichos humanos, que “humanos” já não são mais.

Então na escuridão de nosso ser, no silêncio de nossas almas, podemos sentir a dor que dilacera o nosso coração e entristece nosso viver. E divididos gritamos... E nos debatemos, enlouquecidos, alucinados, em busca de um novo amanhecer.

Mas quando homem se une... E transforma o ódio em amor... Dois se torna um... E podemos enfim derrubar as muralhas do horror. E eis que ouviremos gritos e veremos lagrimas, mas já não haverá mais dor... Porque caiu... Caiu... Caiu a muralha do horror...

"Na madrugada do dia 13 de agosto de 1961, Berlim era dividida ao meio por um muro de 4m de altura. E durante 28 anos a estupidez humana se fez notar em forma de concreto, em forma de um muro... “O Muro de Berlim!... Até que em 09 de novembro de 1989 por volta das 22h, uma multidão marchou pelas ruas de Berlim em direção ao muro que foi posto ao chão e uniu mais uma vez o povo daquele país.”

(Carlos Rocha)

sábado, 7 de novembro de 2009

Trágico e Cômico



Trágico e Cômico... É assim o espetáculo nesse magnífico teatro Chamado VIDA... É assim esse maravilhoso teatro... Um dia a gente chora, no outro a gente rir... Tem dia de chegar e dia de partir.

Quando pisamos nesse palco não sabemos o que nos aguarda, nem mesmo sabemos nossas falas. E sem tempo de ensaiar, vamos improvisando, criando aos poucos nossos personagens... E a cada ato uma surpresa... E em cada cena, Sorrisos, lágrimas, dor e alegria se misturam.

E ao longo do tempo o espetáculo acaba para alguns e nos deixa saudades, mas logo as cortinas são abertas para um novo personagem subir ao palco. E a pesar da saudade deixada por aqueles qual a cortinas fecharam, há sempre os que nos ajudam a seguir no palco. E assim, vamos nos apresentando, cada personagem com a sua história, trágica ou cômica...

Alguns passam pelo espetáculo e apresentam apenas o lado trágico, fazem suas apresentações cheias de lagrimas e dor e muitas vezes não suportando os seus papeis, abandonam o espetáculo, esses deixam saudades, dor e duvidas aos que no palco permanece. Outros, porém, apesar de vez ou outra, apresentarem o lado trágico do espetáculo, buscam estar sempre num estado cômico, fazendo assim, que mesmo nos momentos trágicos, nem tudo seja lagrimas. Há também os espectadores, aqueles que por não terem coragem de subir ao palco e se apresentarem, passam pelo teatro apenas como espectadores... Esses certamente não chorarão nem sofrerão como os que se apresentam trágicos, mas também não irão rir e nem se alegrarem como os que se apresentam cômicos. E quando suas cortinas baixarem, terão apenas passado pelo teatro e não ouviram os aplausos.

Trágico e cômico... É assim o espetáculo... É assim o Show da Vida... Nunca sabemos ao certo nossos papeis, nunca sabemos ao certo o que nos aguarda na próxima cena... Qual será o próximo ato?... Quando as cortinas se fecharam para nós? Quem será o próximo a abandonar o espetáculo? Quem irá subir ao palco?...

Trágico e cômico... É assim o espetáculo nesse magnífico teatro Chamado VIDA... E nesse espetáculo, talvez eu não seja quem as pessoas esperem que eu seja. Talvez eu nem seja quem espero ser. Mas sou o que sou... E subo no palco e faço a minha apresentação, seja trágica ou cômica. Não fico apenas como espectador que espera a cortina baixar sem aplausos...

Agora, vejo as lagrimas e os sorrisos. Ouço choros e risos... Ouço canções e gritos... Sofro e me alegro... Enceno, sou trágico, sou cômico... E não me importo quando as cortinas vão baixar, pois sei que ouvirei os aplausos... E é somente isso que irei levar. Somente os aplausos...

Psssiiiuuu... Silêncio... Selênico... As cortinas vão se abrir mais uma vez... Mais um artista subira ao palco... O espetáculo vai começar!

(Carlos Rocha)

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Menino





No coração ainda jovem batia saudades tão antigas... Na alma a certeza de ser mais velho que o próprio tempo. E nos olhos... Naqueles olhos tão misteriosos, um brilho distante, uma mistura de sentimentos, uma dose de loucura...

No silêncio costumeiro, na solidão dos anjos, vagava  perdido em seus pensamentos. E vez ou outra um sorriso se fazia... Momentos mágicos! E então do mais profundo silêncio ouvia uma música tocar, sentia os tambores pulsarem em seu peito a cada batida de seu coração... E naqueles momentos quase podia tocar o céu.

Tantas histórias para contar... Tantas histórias guardadas em seu silêncio... Tantos sorrisos... Tantas lagrimas... Tanta alegria... Tanta dor... Histórias de mundos tão distantes, mundos tão diferentes, tão reais e tão ilusórios...

No coração ainda jovem batia saudades tão antigas... Na alma a certeza de ser mais velho que o próprio tempo... Era assim aquele menino. Era assim a sua história. Era assim a sua vida...
Porque nascera da alma do mundo.

(Carlos Rocha)





sábado, 24 de outubro de 2009

Ponba branca da paz




Olhos pequenos se arregalam ao ver a pomba branca voar pelo céu
Oh... Pomba branca da paz!
Que desce leve e graciosa a bailar
Como se fosse uma pluma pairando no ar

Como é linda a pomba branca da paz!
Como é lindo o vôo que ela faz!
E ela desce para glória e para fama
E desce para os braços de quem não lhe ama

A pomba é pura magia
E não se agüenta...
Explode de alegria!

Então o belo vôo se interrompe
E só fica a tristeza no horizonte
Enquanto todos os átomos se rompem

E tudo se torna claro
E o céu brilha
E o corpo arde

E o cogumelo é amargo
E tudo fica triste
E agora já é tarde

Olhos pequenos se arregalam
Já não há mais pomba branca
Já não há mais paz
Porque você se foi pomba branca da paz?


"Em 06 de Agosto de 1945 os Estados Unidos da América entraram para a história mundial por ser a primeira e única nação a despejar o terror atômico sobre enormes populações de civis. - 150 mil civis inocentes são condenados à morte - Maior crime de guerra já desferido contra a humanidade."

(Carlos Rocha)

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A VITÓRIA DO DINHEIORO



Senhores, sinto em informar, mas, o dinheiro venceu.
Sim senhores... O dinheiro venceu!
O dinheiro venceu quando transformou a ética em hipocresia
O dinhero venceu quando patrocinou as guerras e seus canhões
Quando transformou nossa vida em uma armadilha
E patrocinou o tráfico e suas quadrilhas
O dinheiro venceu...
Quando corrompeu os Deuses e suas religiões
Quando comprou nossos sonhos e nossas razões
Quando nos fez perder nossas emoções
O dinheiro venceu Senhores!
Quando comprou os homens e seus temores
Suas dores e seus amores
Pois nos dias de hoje
É mais romântico dá um maço de dinheiro
Do que um buquê de flores
O dinheiro venceu meus caros senhores...
O dinheiro venceu!


(Carlos Rocha)

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

LOUVORES




Não louvarei as nuvens mórbidas que pairam sobre a humanidade
Não louvarei o céu cinzento que se espelha pelo horizonte
Não louvarei o silêncio que invade minha alma
Não louvarei qualquer forma estúpida de crueldade
Não louvarei os tiranos que nos conduzem
Não louvarei a ignorância que nos cega
E nem as mentiras que nos seduzem
Não louvarei ao preconceito e a intolerância
A injustiça e a indiferença
A covardia e a violência
E tão pouco louvarei a inveja e a ganância

Levarei louvores aos justus
E somente aos justos louvarei
Louvarei os nobres de coração
E a vida farei uma oração
Louvarei ao sol e a lua
Louvareia aos fracos e aos fortes
Louvarei em templos ou na rua
E eis de fazer louvores a morte
Louvarei aos que da injustiça padecem
E aqueles que realmente merecem
Louvarei aos que sonham
E aos que nos fazem sonhar
louvarei aos que amam
E aos que nos ensinam a amar
Louvarei as poesias
E sos poetas farei o meu masi belo louvor
Pois nesse mundo doente Louvarei toda forma de amor

(Carlos Rocha)

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

DIVINA DECADÊNCIA





Na pedra fria do meu tumulo, pensamentos mudos ganham voz
Na covardia de uma vida mal vivida e na sentença de uma morte atroz
Perdido em lembranças noutrora
Caindo em esquecimento agora

Todo monstro já fora um poço de inocência
Até perder a fé e a coerência
E se ver perdido na mais divina decadência

Nas lembranças tristes de minha infância
Nos sonhos que tem me acompanhado
De nosso mais puro legado
A certeza da ignorância!

E dos erros celestiais
Da peculiar criação divina
Pensamos ser um erro a mais
E descobrimos que somos, nós, a Vossa sina

E ainda assim somos amados
Com nosso jeito desequilibrado e desajeitado
Imagem e perfeição
Divina criação

Criados para o bem
Usado para o mal
O “ser humano” aprendendo a “ser” humano
Igual e tão desigual

Concebidos pela mais pura graça
E concedido o livre arbítrio a toda raça
Escolhemos sempre o lado da desgraça

E na divina decadência em que vivemos
Uma decadência divina
Enchemos nossos dias de nada
E vivemos nossas vidas vazias

E vivemos de ilusão
Fingindo ser humano
Na mais pura hipocrisia

Na decadência da fé
Falta ser o que se é
Falta esperança na vida
E falta amor no coração.

(Carlos Rocha)



quinta-feira, 8 de outubro de 2009

MEDO





Medo?
Não tenho medo no coração
Se tenho um desafio, fecho os olhos e faço uma oração

Não tenho medo da escuridão
Tenho a luz nos meus olhos
E a força de um dragão

Não tenho medo de desafios
Não tenho medo de tempestade
Ter medo é insanidade

Não tenho medo do fracasso
E não tenho medo de perder
São as derrotas que nos ensina a vencer

Não tenho medo das mentiras
Não tenho medo da maldade
Combato tudo com a verdade

Medo?
Não tenho medo da morte
O medo é para os fracos
E eu sou forte

(Carlos Rocha)

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Um passo de cada vez



Faço meu caminho um passo de cada vez
Nos olhos carrego as águas do mar
E no coração carrego o peso do amar

Vivo num sono profundo
Carrego as angustias dos homens
E as dores do mundo

Atordoado, castigo eterno
Minha mente paira no vazio
E minha alma queima no inferno

Minhas lastimas são versos proibidos
Malefícios da vida
Mundos destruídos

Vou sendo castigado
Acertando meus erros
Pagando pelos meus pecados

Sonhando com o futuro
Perdendo o presente
E preso no passado

Mas sigo adiante
Porque a vida é assim
Um passo de cada vez

Por isso não tenho medo
E não me curvarei para a vida
Porque a vida também não se curvará para mim
(Carlos Rocha)

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O cortejo




O cortejo segue ladeira acima
O sol é gelado
As nuvens cinzentas
E a chuva cai fina

Passos lentos num chão molhado
Lagrimas e chuva se misturam
 E o tempo parece ter parado

As brincadeiras de crianças acabaram
As aventuras da juventude passaram
Os olhares perdidos se encontraram

E o cortejo segue adiante
Deixando para trás noites lindas
E dias radiantes

As duvidas já não importam
Nem o certo e o errado
Não haverá mais questões

E cortejo segue arrasado
E segue as lagrimas
E segue as orações

E segue os gritos e os lamentos
E segue o tempo e ficam os momentos
E segue a chuva que agora cai forte
E bailando no meio de tudo segue a morte

(Carlos Rocha)

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Maktub



Entre o Céu e a Terra não há limites para o inferno
Entre Deus e o Diabo não há limites para os homens
Entre o Bem e o Mal não há limites para o pecado

Somos a imperfeição mais perfeita de toda criação
Desejosos de amor
Esperançosos por compaixão

Poderosos e ao mesmo tempo tão frágeis
Criaturas e criadores
Odiáveis e amáveis

Somos o prol do contra
Máquinas orgânicas
O contra e prol

Não há limites para nos deter
Não há nada que nos impeça
Nada que nos faça ceder

Criação destruidora
Misteriosa, Enigmática
Colossal e sedutora

De todos os males o pior
De todas as glórias a melhor
De todos as bençãos a maior

Uma fraude autêntica
Uma sombra perfeita
Uma cópia idêntica

Entre todos os mistérios a verdade
Entre  a vida e a morte a eternidade
Entre o tudo e o nada a HUMANIDADE!

(Carlos Rocha)

TEMPO DE MUDAR


Quando a solidão se torna a única companhia
E no peito se dilacera o coração
Quando a vida se torna vazia
E tudo que se faça parece ser em vão

O silêncio se torna imensidão
O desejo deixa de desejar
O dia se perde na escuridão
E já não é necessário sonhar

Quando o dia vem e o sol não aparece
Quando o céu se torna cinzento
E todo encanto desaparece

As estrelas não brilham no firmamento
As sombras se tornam pálidas e as cores desbotadas
Os dias são frios e as noites são geladas

Quando a solidão se torna insuportável
E o silêncio ecoa pelo seu coração
Quando a dor se torna implacável
E já se dissipou qualquer traço de emoção

Então é tempo de mudar
Escolher um novo caminho a seguir
Reaprender a amar
Reaprender a sorrir

É momento de recomeçar
Afastar os fantasmas do passado
Apagar os sentimentos indesejados
E apenas sonhar

Viver o agora sem ter medo de errar
Errar se preciso pra poder aprender
Viver pra sonhar
E sonhar pra viver

É tempo de mudar
De aprender a partilhar
De doar sem esperar receber
De ensinar e de aprender

De viver com simplicidade
Dançar na chuva e desenhar com giz
É tempo da felicidade
É tempo de ser feliz

(Carlos Rocha)

sábado, 26 de setembro de 2009

Analfabeto poético



Eu que sou leigo no ato de escrever
Que não sei a diferença entre um “A” e um “B”
Faço dessas linhas tortas um poema para você

Analfabeto poético que sou
Bruto, grosso, mas sonhador
Vivo na imensurável duvida do amor

Sem saber de fato de onde vim e para onde vou
Sem me importar com o ato do amor
Amo!

E amo não porque sou eterno como Deuses do amor
Amo porque sou gente de carne e osso
Amo porque sou analfabeto, bruto e grosso

Eu amo não porque sou forte
Mas pelo fato de ser livre
E ser livre é ter sorte

E de toda forma de liberdade que conheço
E de toda a forma de se ter sorte
Não há nenhuma a qual mereço...

Exceto a morte!
(Carlos Rocha)

domingo, 20 de setembro de 2009

DEFEITO



O som está desligado
Imagens já não vejo
Se grito no microfone
Só sai chiado....
Estou com defeito!
(Carlos Rocha)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Eu vou sobrevivendo

Já chorei tempestades
E sofri muito mais do que poderia suportar
Mas suportei
Já atravessei desertos
E percorri grandes distâncias em mim mesmo
Já fui muito mais longe do que eu poderia imaginar
Longe demais para poder voltar
Mas voltei
Matei-me dias e noites de solidão
E renasci mil vezes na escuridão
Já provei do Amor e do Ódio
Já senti a dor e o êxtase
Já bebi o cálice da vida
E beijei a boca da morte
Eu vou sobrevivendo
Desafiando o tempo e a sorte
E a cada golpe da vida
Eu provo os Deuses o quanto sou forte.
(Carlos Rocha)

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Nós

 
Penso
Penso em mim
Penso em você
Penso em nós
Canto
Canto para mim
Canto para você
Canto para nós
Sonho
Sonho comigo
Sonho com você
Sonho com nós
Acredito
Acredito em mim
Acredito em você
Acredito em nós
Sofro
Sofro por mim
Sofro por você
Sofro por nós
Choro
Choro por mim
Choro por você
Choro por nós
Espero
Espero por mim
Espero por você
Espero por nós
Amo
Amo a mim
Amo a você
Amo a nós
Vivo
Vivo por mim
Vivo por você
Vivo por nós
Trágico
Trágico é passar pela vida e apenas existir quando se deveria viver
Trágico mesmo, é passar pela vida sozinho e ter que existir sem você.
(Carlos Rocha)

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

As cores morbidas do descaso

No amanhecer de uma nova era nos vemos acordar em mundo despedaçado, onde as cores mórbidas tomam conta da paisagem enquanto substituímos os verdes das matas por “cinzas” do descaso. Mas o descaso com nosso planeta nada mais é do que o reflexo do descaso com nós mesmos, há muito substituímos nossos sentimentos pelo que chamamos de “razão”, mas não há razão em nossos atos, não há razão sem sentimentos, há apenas hipocrisia. E nossas ações, embora nos consideremos modernos, são primitivas e irracionais e racionalidade talvez seja o que nos falte no momento. Fazemos piadas sobre os “caipiras” que plantam seu próprio alimento e andam a cavalo, quando somos a verdadeira piada com nossa comida enlatada e nossos veículos poluentes. Louvamos ainda a “globalização”, qual, dizem ter derrubado todas as fronteiras, mas essa tal “globalização”, não passa de uma invenção do capitalismo para nos tornar ainda mais consumistas. A verdadeira “GLOBALIZAÇÃO” ainda está longe de acontecer e nunca antes tivemos tantas fronteiras, fronteiras que nós mesmos criamos. Nossas próprias casas tornaram-se fronteiras que nos sitiam em frente aos televisores e computadores, tornando-nos cada vez mais alienados e nos afastando cada vez mais da realidade. Vivemos em mundo frio onde nos tornamos cada vez mais materialistas e onde cores morbidas do descaso estão cada vez mais presentes.
(Cralos Rocha)

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O MENESTREL - Willian Shakespeare

Depois de algum tempo você aprende a diferença,
a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E você aprende que amar não significa apoiar-se.
E que companhia nem sempre significa segurança.
Começa a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas.
Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante,
com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
Aprende a construir todas as suas estradas no hoje,
porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos,
e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.
E aprende que, não importa o quanto você se importe,
algumas pessoas simplesmente não se importam…
E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa,
ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se leva anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la…
E que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida.
Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida,
mas quem você tem na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos de mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam…
Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa,
ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa…
por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas;
pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós,
mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começa a aprender que não se deve comparar com os outros,
mas com o melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser,
e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas para onde está indo…
mas, se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve.
Aprende que, ou você controla seus atos, ou eles o controlarão…
e que ser flexível não significa ser fraco, ou não ter personalidade,
pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação,
sempre existem, pelo menos, dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer,
enfrentando as conseqüências.
Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai
é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve
e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou.
Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens…
Poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva,
mas isso não te dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame
não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode,
pois existem pessoas que nos amam,
mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém…
Algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga,
você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido,
o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar.
Portanto, plante seu jardim e decore sua alma,
em vez de esperar que alguém lhe traga flores.
E você aprende que realmente pode suportar…
que realmente é forte,
e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.
E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!
Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem
que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar.

Willian Shakespeare

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

PALCO DA VIDA - Fernando Pessoa



Você pode ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,mas não se esqueça de que sua vida é a maior empresa do mundo. E você pode evitar que ela vá a falência. Há muitas pessoas que precisam, admiram e torcem por você. Gostaria que você sempre se lembrasse de que ser feliz não é ter um céu sem tempestade, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem desilusões.


Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros. Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza. Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos. Não é apenas ter júbilo nos aplausos, mas encontrar alegria no anonimato. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples que mora dentro de cada um de nós. É ter maturidade para falar “eu errei”. É ter ousadia para dizer “me perdoe”. É ter sensibilidade para expressar “eu preciso de você”. É ter capacidade de dizer “eu te amo”.

É ter humildade da receptividade. Desejo que a vida se torne um canteiro de oportunidades para você ser feliz…

E, quando você errar o caminho, recomece.

Pois assim você descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita. Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância. Usar as perdas para refinar a paciência. Usar as falhas para lapidar o prazer. Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.

Jamais desista de si mesmo.

Jamais desista das pessoas que você ama.

Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um obstáculo imperdível, ainda que se apresentem dezenas de fatores a demonstrarem o contrário.

“Pedras no caminho?

Guardo todas, um dia vou construir um castelo…”



(Fernando Pessoa)

domingo, 16 de agosto de 2009

Eutanásia



O homem nasceu livre e livre morrerá.
Quando o corpo se torna uma prisão e mente se torna um carrasco;
Quando a alma morre, o futuro já é certo e o passado se torna um castigo;
Lembranças dói mais que ferimentos a bala, palavras são apenas palavras vazias;
O tempo já não passa, dias e noites se confundem e nada mais parece importar;
O homem nasceu livre e livre morrerá.
Quando a morte se torna a meta;
Quando a esperança se torna vaga e o desejo é de liberdade;
E a vida escorre por entre os segundos eternos;
Liberdade é desejo proibido;
Sonhar já não é possível;
Viver já não é necessário;
O homem nasceu livre e livre morrerá.
(Carlos Rocha)

terça-feira, 11 de agosto de 2009

terça-feira, 28 de julho de 2009

O GRITO




Capitulo 1 – O AMOR, A CRIATURA E A SERPENTE.

O amor.
Ah, o amor...
O mais nobre sentimento, que a tudo perdoa e que não pede explicações, foge a dicionários e tem mil e uma definições.

Amor materno;
Amor paterno;
Amor fraterno;
Amor carnal;
Amor celestial;
Amor a Deus;
Amor humano;
Amor divino;
Amor ao próximo;
Amor próprio;
Amor em comunhão;
AMOR!...

O sentido da vida, a música para os poetas, inspiração eterna. O que move o a humanidade, combustível dos sonhos, verdade incontestável, caminho inevitável.


Porém lá estava a criatura, um nada no meio do nada, apenas uma sombra se apagando, uma infeliz obra da natureza. Mas afinal o que era aquilo? Uma pessoa? Acho que não. Um ERRO talvez, um ERRO DIVINO! Uma TRAGÉDIA DA NATUREZA! Alguém, ou algo, a qual não se aplicava as definições do amor.

Sim, lá estava, em meio às trevas, sozinho, na beira de um precipício, jazendo lento e dolorosamente, lembrando cada minuto de sua insignificância, cada segundo de sua vida. Vida? Não, não se pode dizer que aquilo tenha sido vida, já nasceste morto.

Uma criatura sombria, amaldiçoada, tão repugnante que fora rejeitado pelo próprio ventre que te geraste. E assim, não viveu apenas existiu nas margens da sociedade, rejeitado por tudo e por todos, até pela própria alma, que se recusava a habitar aquele ser.

Nunca entenderas o porquê da sua existência, fora exilado pelos Deuses, banido do Paraíso e rejeitado pelos Demônios. Odiou a tudo e todo, até que cruzaste com o amor nos olhos de uma serpente. O amor que a tudo transforma! E então acreditou, pela primeira vez acreditaste em algo, pela primeira vez tiveste sonhos e fizestes planos, e até acreditou que tiveste uma vida.

Mas o amor pode ser a mais perigosa e destrutiva arma. O mesmo amor que encanta, também fere. E aquela criatura, jamais saberá o que realmente é AMOR. Pois amor nenhum jamais habitará aquilo que há em seu peito.

E mais uma vez és rejeitado. Não terás amor, não terás nada! Apenas habitarás as profundezas, viverás em sombras, em meio às mentiras, em meio ao estrume, nas trevas e terás como companhia fiel a humilhação, a rejeição, a dor e o ÓDIO! Sim o ÓDIO, irmão gêmeo do AMOR! Apenas o ÓDIO!

E agora em sua mente perturbada, as desgraças de sua existência lhe assombram e a criatura “espraguejava” com ódio sua existência:

- Olho o mundo a minha volta com total desprezo e revolta. Não encontro a paz, porque a paz eu não procuro mais, assim como já não procuro a luz na escuridão.

- Nasci mudo para o mundo e mudo morrerei.
- Nasci surdo para as palavras belas e surdo morrerei.
- Nasci cego para as Glórias Divinas e cego morrerei.

- Sinto a agonia de viver em um mundo caótico e miserável, sinto o ódio correr em minhas veias, sinto o fogo que consome minha alma; sou trevas.

- O meu coração pétreo se dilacera em meu peito por repulsa a qualquer sentimento, as minhas mãos enrugadas e ásperas se contorcem, minha garganta seca como o solo infértil dos desertos rasga uma tosse monstruosa, como que um anuncio do que me aguarda nas sombras dos meus pensamentos.

-Se eu ao menos pudesse gritar, eu gritaria o meu ódio, se eu ao menos pudesse gritar, eu gritaria meu desprezo pela vida, se eu ao menos pudesse gritar, eu gritaria minha ânsia, se eu ao menos pudesse gritar eu gritaria...


Então, quando sua existência se dissipara e o precipício lhe engolira, sentindo as labaredas do Inferno lhe acariciar a pele, sentindo as nuvens cinzentas embaçarem a sua vista, lembrando dos olhos da serpente, o medo, a dor, a aflição e todo o ódio do mundo tomam conta do seu “ser”; em seu ultimo suspiro, sentiu sua garganta rasgar, e como que em uma explosão, ouviu a sua voz ranger alto e claro em um grito:

- MONSTRO!!!
- TU ÉS MONSTRO!
- MONSTRO!!!

Sua voz que mais parecia um trovão ecoou por todos os lados, ultrapassou as barreiras da escuridão, atingiu o inatingível e se fez ouvir nos quatro cantos do mundo, e por onde mais o vento pudesse soprar.

- MONSTRO!!!
- TU ÉS MONSTRO!

- Monstro, que invade a minha mente e faz de meus pensamentos o seu lar.
- Monstro que rouba meus sonhos, que tira meu sono e me faz delirar.

- MONSTRO!!!
- TU ÉS MONSTRO!

- Monstro que destrói minha vida, que devora o amor, acaba com a minha paz e só deixa o pavor.

- MONSTRO!!!

-Nas noites frias e escuras sua face me assombra, teu olhar me congela, sua voz me entorpece e eu sinto medo, sou apenas uma criança, sem fé, sem força, sem esperança.

- MONSTRO!!!

- Porque me fizeste crer em suas mentiras? Suas verdades inventadas e sua vida vazia?

- MONSTRO!!!

- Me condenaste ao Inferno de Dante, apunhalaste meu coração, assassinaste minha alma, abandonaste meu corpo e agora segue o seu caminho de glória, com um sorriso nos lábios, a maldade no olhar e o seu jeito errante.

- MONSTRO!!!
- TU ÉS MONSTRO!
- MONSTRO!!!

Capitulo 2 - O INFERNO, Trevas, medo e dor.

De repente tudo acabou não havia mais nada, a criatura sentia-se como que no vácuo absoluto. E a criatura não enxergava mais, era tudo escuridão, não ouvia mais, o silêncio era total, e já não sentia seu corpo, não sentia sua respiração, nada, absolutamente nada. Era como se já não existisse nada, apenas sentia sua presença, não sabia como, mas tinha consciência de sua existência. Mas onde? Como? O que era aquilo afinal? Teria morrido? Seria assim então? E a criatura então percebeu que não apenas não sabia onde estava como também já não sabia quem era. E já não se lembrava de mais nada, apenas sentia sua existência, no nada.

E começou a sentir um imenso vazio, um vazio que tomara conta de tudo. E o tempo ali parecia não existi, talvez fizesse apenas segundos que tudo aquilo havia acontecido, mas parecia durar uma eternidade. E agora já perdera a noção de tudo, seus pensamentos já não existiam, era como um feto no meio do nada, sem sentir nada e sem saber de nada, na paz absoluta.

Mas depois do que parecia ter sido uma eternidade, em um súbito, todo o vazio que sentia foi abruptamente substituído por uma sensação de medo. Um medo como ninguém jamais sentira um medo que parecia tomar conta de tudo, que parecia ser sua própria existência. Mas medo de quê? Não tinha mais consciência de nada, nem mesmo do bem e do mal, já não tinha consciência, nem mesmo, da própria existência. Mas o medo existia e era terrível, não havia nem mesmo o tempo, tudo era medo. Apenas o medo!

E depois de mais uma eternidade, agora uma eternidade de medo, mais uma vez tudo mudava, mais uma vez em um súbito, veio a dor, sentira a dor no seu apogeu, mesmo sem consciência de nada, sem se quer ter um corpo o uma mente, sentira a dor, e todo o vazio que havia se transformado em medo, agora era preenchido pela dor. Uma dor cruel, uma dor violenta, uma dor inimaginável. Mas afinal, o que doía? Tudo e ao mesmo tempo nada. Pois era só aquilo que existia agora, a dor, somente a dor, e era como se ele fosse a própria dor. Nada fazia sentido, nem mesmo existia sentido algum, o que existia era apenas a dor. E o medo já não existia mais, nem mesmo lembrança do medo existia mais, era como se tudo tivesse sido apagado, mas a dor agora se estenda pela eternidade e parecia que nunca ia ter fim. Fim? Mas o fim também não existia, assim como também o inicio já não existia mais. Dor só a dor!

E era assim o Inferno, não havia nada, não existia nada. E a criatura não sentira nada, porque nem a própria criatura existia no Inferno, tudo que existia no Inferno eram apenas as trevas, o medo e a dor. E a criatura se tornara a as próprias trevas, o próprio medo e a própria dor, porque era tudo o que habitava o Inferno. Foi então que como uma grande explosão de energia lhe atingiu, algo tão forte como um raio, e tudo parou, toda dor, toda angustia, tudo havia sumido.

CAPITULO 3 - O CÉU, luz e amor.


De repente como que em passe de mágica, tudo a sua volta ficou claro, era como se tivesse aberto os olhos pela primeira vez, tudo era luz, tudo brilhava e podia sentir a eletricidade fluir por suas veias. E agora ele tinha total consciência do que havia acontecido e tinha total consciência de que esteve no Inferno. Mas como havia saído de lá? Onde estava? O que estava acontecendo?A criatura não sabia, mas nada disso lhe importava também, aquela sensação era algo que jamais sentira antes, era uma mistura de euforia com paz, uma alegria indescritível.

Tudo estava bem agora, pela primeira vez em sua vida não sentia o ÓDIO que habitava sua alma. E ali estava, como que uma pluma flutuando no ar, transbordando de energia, se sentido amado, como nunca fora amado, se sentido feliz, era como se estivesse sendo abraçado por toda aquela luz e sentia pela o carinho e o amor materno que lhe fora negado. Mas como? Como era possível? Olhava todas aquelas luzes a sua volta, luzes colorida de cores que desconhecia, radiantes. Sentia também uma brisa lhe acariciar a face, uma brisa suave, como o sopro de um anjo e ouvia um som indescritível, um som de um instrumento qual tinha certeza não existir no mundo de que viera, e esse som formava uma melodia que acompanhava as batidas de seu coração, algo tão lindo que a criatura. E o tempo ali também era eterno, parecia não haver inicio ou fim, só existia aquele momento e era só o que importava.

A criatura ficou ali, sem pensar, sem falar, sem se mover, sem fazer absolutamente nada, apesar de que agora, diferente de quando estava no Inferno, podia sentir todas suas funções motoras e podia pensar, podia falar, podia ouvir, mas não sentira necessidade de fazer nada, apenas queria ficar ali por toda eternidade. Então por um breve momento passou em sua mente o filme de sua vida, toda sua dor, toda a humilhação, as rejeições, a maternidade rejeitada e a serpente, sim, a serpente, lá estava à serpente com seus olhos rubros cheios de maldade; mas a criatura não sentia mais o ódio, tudo que sentira naquele momento era compaixão, era amor, era paz, tudo misturado com uma grande euforia, um total êxtase. Então teve certeza que estava no Paraíso, sim, estava no Paraíso E por lá desejava ficar por toda eternidade.

Mas assim como o Inferno, o Paraíso parecia não ser sua morada. Aos poucos as luzes foram se apagando e já não sentia mais a eletricidade fluir em suas veias e sentia a felicidade, nem 0 êxtase, passara toda a euforia. E então, mais uma vez tudo era escuridão, tudo era silêncio e tudo era solidão.


Capitulo – 4, O Grito, Quando tudo se resume em nada.

Abrira lentamente os olhos e lá estava, no chão, no mesmo local onde tudo havia começado, sozinho no precipício. Podia sentir mais uma vez suas mão enrugadas, sua pele áspera, sua garganta seca, estava de volta. Mas como podia estar de volta, se a pouco estava morto? Sentira o medo, a dor, a solidão e o ódio novamente. Esteve no Céu e no Inferno, porém fora rejeitado até mesmo pela morte. Nada lhe fora permitido, nem mesmo o direito de morrer. Era criatura sem criador, rio sem nascente, deserto no oceano, um nada no nada.

E ali permanecera até o fim dos tempos, sem se mover, sem pensar, sem existir. Apenas um nada. E passaram se o céu e a terra; e o tempo dos Deuses e Demônios. E já não havia mais o tempo e não havia mais Bem ou Mal, tudo passara; e “tudo” já não era nada; e já não havia luz ou escuridão, nem medo ou dor, nem solidão ou alegria, nem paz ou agonia, nem ódio ou amor. E passara o tempo da serpente, E não havia mais criatura ou criador. Era tudo um grande vazio, inexplicável, um grande vácuo, E não era frio, nem quente, não tinha barulho e nem silêncio, não existia, mas estava ali, não tinha vida e nem morte, ou qualquer outra coisa. E de tudo que já houve um dia, de todas as coisas que já foram e não eram mais, de tudo que deixara de existir, apenas uma coisa sobrevivera, e por mais que a existência teimasse em não existir, algo ainda teimava em resistir, ”O GRITO”:



- MONSTRO!!!
- TU ÉS MONSTRO!
- MONSTRO!!!


FIM

(Carlos Rocha)

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Se eu pudesse...


Se eu pudesse não teria olhado nos seus olhos, nem tocado sua pele, ou beijado seus lábios. Eu não teria feito um acordo com Deus e um pacto com o Diabo. Se eu pudesse não teria perdido meu tempo tentando evitar o inevitável, não teria parado no meio do caminho e não teria chorado. Se eu pudesse não teria desistido dos meus sonhos de criança, não teria perdido a fé e nem a esperança.

Se eu pudesse não teria me entregado, não teria desistido, não teria me julgado. Se eu pudesse não teria ficado tanto tempo sozinho desejando estar ao seu lado. Se eu pudesse não teria desistido da vida, não teria renunciado o amor, não teria me castigado. Se eu pudesse não teria fugido de mim mesmo, não teria tido tanto medo, não teria me enganado.

Se eu pudesse teria feito tudo diferente, teria corrido os riscos, abraçado a vida, entendido o momento, apostado em mim mesmo e seguido em frente. Se eu pudesse teria abraçado mais, beijado mais, amado mais e vivido muito mais. Eu teria mais amigos que inimigos, teria feito mais festas do que guerras, teria buscado mais pela paz.

Se eu pudesse tentaria outra vez, mandaria flores, escreveria poesias, esqueceria minhas tristezas e compartilharia minhas alegrias. Se eu pudesse abraçaria o mundo, almejaria o bem, lutaria pelos meus sonhos, reforçaria minha fé, ajudaria meu próximo, aproveitaria cada segundo, cada momento e viveria a vida como ninguém nunca fez.

Se eu pudesse seria mais feliz, apreciaria a lua, veria o sol se por e não me importaria tanto com os erros que cometi ou com as falhas dos outros, enfrentaria meus medos e morreria de amor. Se eu pudesse brincaria mias, cantaria, dançaria, contaria piadas, sorriria mais, faria tudo que tive vontade e nunca fiz.

Se eu pudesse... Ah se eu pudesse... Eu posso!
(Carlos Rocha)

quinta-feira, 23 de julho de 2009

A prisão dos Deuses


Seria o mundo uma prisão? Uma fortaleza gigantesca onde fomos condenados a pena de morte e aguardamos nos corredores da vida pela nossa sentença? Seriamos nós, Deuses condenados por uma corte marcial? Condenados a pagar pelos nossos crimes (pecados)? Seriamos nós, Deuses impedidos de viver na sociedade do Paraíso por desrespeitar a Lei Divina? Teríamos sido Deuses criminosos? Fugitivos da Lei? Teríamos, nós, sofrido torturas para confessar nossos crimes e por isso muitos chegam a prisão mutilados? Haveria um mundo além dos muros dessa prisão? Seriamos, nós, cientistas, astronautas, mergulhadores, desbravadores, meros criminosos, estudando, planejando e tentando inconscientemente uma fuga dessa prisão? Seriam os suicidas, prisioneiros sem esperança que resolvem adiantar suas penas? Seria eu, um louco criando mais uma teoria da conspiração? Seria isso tudo uma loucura?

quarta-feira, 22 de julho de 2009

ESSA NOITE


Essa noite eu vou sair por aí
Sozinho!
Sem ter hora pra chegar
Sem saber pra onde ir

Essa noite, vou deixar de sofrer
Vou correr pelas ruas
Vou cantar para lua
Vou viver por viver

Essa noite eu não vou chorar
Nem ter medo de amar
E se a chuva cair
Eu vou dançar e sorrir

Essa noite, vou viver minha loucura
Vou esquecer das “guerras”
Esquecer da “miséria”
E esquecer da “fome”

Essa noite, eu vou acreditar no “amor”
Vou acreditar na “paz”.
Acreditar nos meus “sonhos”
E no fim de todo mal que nos consome

Essa noite eu vou ser livre pra voar
Abraçar meus amigos
Aprender pedir perdão
E perdoar meus inimigos

Essa noite eu vou acreditar na igualdade
Vou aprender a verdade
Que somos todos irmãos
E só assim há liberdade


Essa noite será assim
Uma noite especial
E quando o dia nascer
Estaremos livres do mal

Essa noite eu preciso de você
Venha comigo então
Vamos mudar o mundo
Acredite, somos todos irmãos!

Vamos!
Acredite!
Essa noite tudo é possível
Tudo... Essa noite!

(Carlos Rocha)

quarta-feira, 15 de julho de 2009

EU VOU



Eu vou

Eu vou andando por aí
Tentando entender
Pensando em você
É tempo de partir

Eu vou

Eu vou deixar você viver
Vou partir sem avisar
Sem ter pressa pra chegar
E nem bagagens pra levar


Eu vou


Eu vou sem olhar para trás
Com saudades no olhar
Com vontade de voltar
Mas no coração carrego a paz


Eu vou

Eu vou ser feliz noutro lugar
Mas vou ficar a te esperar
E quando seu tempo chegar...
... Vou novamente te abraçar


Eu vou!





(Carlos Rocha)

segunda-feira, 13 de julho de 2009

MINHA FÉ


Minha religião é a vida. E meu templo é o mundo!

Se me perguntarem se acredito em Deus, Eu responderei:

"Deus Faz parte de tudo e tudo é parte de Deus, Ele está em mim e em você, assim como você e eu estamos Nele. "

Se me perguntarem se temo ao julgamento de Deus, eu responderei:

"Deus não é o ser onipotente, criador do Céu e da Terra, um ser orgulhoso, egocêntrico e egoísta, que deseja ser exaltado por todos. Deus é muito mais simples do que isso, Deus é o próprio Universo, Deus é o Tudo e o Nada, o Começo, o Meio e o Fim, e mesmo o Fim não será Fim, pois Deus também é o Recomeço e depois de todo Fim, há sempre um Recomeço. Deus é a Vida. Deus é o Amor. E não se teme o AMOR, pois o AMOR não julga, o AMOR não condena, o AMOR a tudo perdoa."

Minha FÉ não se resume a livros sagrados ou templos gloriosos, minha FÉ não baseia-se em religiões milenares ou seitas místicas. Eu acredito no AMOR, Eu acredito no BEM, Eu acredito na VIDA!

Minha FÉ talvez não seja do tamanho de um grão de mostarda e se eu disser para uma montanha: "passe daqui para lá.", certamente ela não me obedecerá. E nem terei eu, o poder de abrir as águas dos oceanos, nem o dom de curar os cegos. Mas minha fé é forte o suficiente para fazer-me capaz de superar os obstáculos que surgem a cada dia e tão intensa que não me deixa fraquejar diante de meus temores.

E se me perguntarem se acredito em milagres, eu responderei:

"Eu vejo os milagres acontecerem todos os dias. É um milagre, uma mãe que luta sozinha para criar seus filhos, e que apesar de nunca ter frequentado uma escola, consegue educa-los e transforma-los em cidadãos honestos. É um milagre uma pessoa se perder nas drogas, no crime, ser excluído da sociedade, tachado de marginal e ainda assim conseguir se erguer, se limpar e dar a volta por cima. É um milagre quando pessoas perdem alguns minutos de sua vida para ajudar um outra. É um milagre pessoas que vivem na extrema miséria, ainda acreditarem em milagres. E a cima de tudo é um milagre A VIDA!"

E a vida é assim, cheia de "virgulas", "interrogações" e "exclamações", mas sem nenhum "ponto final". E minha FÉ, é a FÉ de uma criança, que acredita em sonhos, que acredita no bem, que acredita no amor e que acredita nas coisas simples da vida.


(Carlos Rocha)

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Sabe aqueles dias?


Sabe aqueles dias em que a gente acorda pensando na vida? Aqueles dias que sentimos um vazio imenso em nossa alma e que, por mais que estejamos cercados de pessoas, sentimo-nos sozinhos, como um grão de areia na imensidão do Universo?! Nesses momentos, nossa vida costuma passar como um filme em nossa mente, começamos então a fazer um balanço de nossos atos no passado e parece que voltamos literalmente no tempo para vivermos cada momento mais uma vez.

Nesse instante lembro-me de alguns momentos de minha vida, alguns momentos da minha infância, quando costumava a ficar sentado na "varanda" de casa a observar nuvens que se transformavam em coelhos, dragões, ursos, carros, aviões, e tudo mais que minha imaginação me permitisse criar.

Agora lembro de uma noite fria em uma ponte sobre uma lagoa, onde eu e alguns amigos conversamos animadamente enquanto alguém do grupo toca uma música no violão.

Lembro-me de quando era criança e fazia planos secretos para salvar o mundo.

Em outros momentos sonhava em ser um mágico, um pintor, um astronauta, ou apenas um andarilho sem destino, que conheceria todos o lugares do mundo.

E lembro do primeiro beijo, um tanto quanto desajeitado; e a primeira namorada, a ultima namorada.

Lembro-me dos mil e um planos que fiz no decorrer de minha vida, planos quais a maioria se perderam no tempo.

Assim como eu, tenho certeza de que muitos são os que já passaram por tudo isso. Mas a sociedade "moderna, Preconceituosa e de capitalismo selvagem " nos impõe que sonhos são bobagens, que não somos capazes de mudar o mundo e que, o que importa, não é quem você é,mas o que você possui. Temos nos tornado pessoas apáticas e consumistas. E há muito temos deixado de sonhar, passamos a dar um valor absurdo as coisas exteriores e o preconceito tem tornado marca registrada da sociedade em que vivemos. Deixamos de olhar para o céu, de observar nuvens, de usar nossa imaginação, deixamos de compartilhar bons momentos com nossos amigos, deixamos de nos apaixonar, de sonhar e de acreditar, acreditar que somos capazes de mudar o mundo, deixamos de viver, agora apenas existimos, apenas passamos pela vida.

É incrível, quando paramos para pensar, descobrimos em nossos momentos de reflexões que, éramos muito mais felizes quando não nos preocupávamos com dinheiro e com os padrões e estereótipos imposto pela sociedade. Descobrimos que não importa o que você tenha se você não tiver com quem compartilhar, descobrimos que a felicidade é um estado de espírito e que não pode ser comprada, descobrimos que passaremos por momentos difíceis na vida, mas será mais fácil supera-los se tivermos bons amigos ao nosso lado do que se tivermos dinheiro em nossos bolsos, e descobrimos que o que realmente importa, não é o caminho, mas sim a caminhada.

Precisamos voltar a contemplar as nuvens. Precisamos voltar a fazer planos secretos para salvar o mundo. Precisamos voltar a acreditar nas coisas simples da vida. Precisamos voltar a sonhar!

.Sabe aqueles dias em que a gente acorda pensando na vida? Aqueles dias que sentimos um vazio imenso em nossa alma e que, por mais que estejamos cercados de pessoas, sentimo-nos sozinhos, como um grão de areia na imensidão do Universo?! Sabe aqueles dias? É o nosso coração! É o nosso coração tentando nos dizer:

" Olhe para o céu!"
"Veja as nuvens!"
"Faça planos!"
"Sonhe!"
"Acredite!"
"E acima de tudo VIVA!"
(Carlos Rocha)

sexta-feira, 12 de junho de 2009

O perigo em estar vivo


"O perigo em estar vivo é morrer. Mas se a morte é inevitável, o perigo então, é estar vivo e não viver."
(Carlos Rocha)

quinta-feira, 11 de junho de 2009

A gente sempre destrói aquilo que mais ama



A gente sempre destrói aquilo que mais ama - em campo aberto ou numa emboscada. Alguns, com a leveza do carinho; outros, com a dureza da palavra. Os covardes destroem com um beijo; os valentes, destroem com a espada...


(Oscar Wilde)

SAUDADE



Bate saudade...
Bate como as asas de um anjo
Bate forte, bate forte.
Bate saudade...
Bate na porta da minha vida
Bate no meio da minha cara
Bate saudade!
Bate saudade de um tempo perdido
Bate sem parar
Bate por bater
Bate saudade!
Saudade de num sei o quê!
(Carlos Rocha)

sábado, 6 de junho de 2009

No man is an island



“No man is an island, entire of itself; every man is a piece of the continent, a part of the main. If a clod be washed away by the sea, Europe is the less, as well as if promontory were, as well as if a manor of thy friend’s or of thine own were. Any man’s death diminishes me, because I am involved in mankind; and therefore never send to know for whom the bell tolls; it tolls for thee”.
~~//~~
“Nenhum homem é uma ilha, sozinho em si mesmo; cada homem é parte do continente, parte do todo; se um seixo for levado pelo mar, a Europa fica menor, como se fosse um promontório, assim como se fosse uma parte de seus amigos ou mesmo sua; a morte de qualquer homem me diminui, porque eu sou parte da humanidade; e por isso, nunca procure saber por quem os sinos dobram, eles dobram por ti”.
(John Donne - poeta inglês do século XVI)
Os versos de John Donne é uma das mais belas manifestações do sentido da “coletividade humana”, Ao fazer parte de uma sociedade, o ser humano deve está ciente dessa coletividade, já que a própria palavra sociedade, vem do latim societas, que significa algo como “associação amistosa”, ou seja, é preciso ter bom senso e saber que assim como todo cidadão têm direitos, também tem deveres, e às vezes é preciso recuar um pouco e “dar o braço a torcer” para o bem do coletivo.
"Sua liberdade termina onde começa a liberdade de seu próximo".
O Ser humano apesar de insistir no individualismo, é um "ser tribal", e para viver em uma tribo é preciso ser "humano", saber dividir, saber entender, saber respeitar, saber contribuir, saber receber, saber doar, saber pedir perdão, saber perdoar, saber receber o amo e acima de tudo saber amar... É preciso quebrar a barreira do individualismo e aprender viver em harmonia com o próximo.
(Carlos Rocha)