sexta-feira, 21 de agosto de 2015

FALTA


Às vezes eu sinto falta de tudo que eu não vivi, mas que foi idealizado
Sinto falta dos que amei e não me amaram
Dos momentos que passaram e não foram aproveitados
Daqueles que se foram e nunca mias voltaram

Às vezes sinto falta das noites frias e dos dias ensolarados
Falta dos momentos improvisados
De todos os planos que deram errado
Do tempo perdido e nunca mais recuperado

 Às vezes sinto falta dos sonhos que sonhei acordado
Sonhos que nunca serão realizados
Sinto falta de um dia ter sonhado

Às vezes eu sinto falta...
Falta do presente mal vivido
Do futuro desconhecido
E de um passado desbotado

Falta de um sorriso bobo
Ou de um abraço apertado
Às vezes sinto falta de ter meu mundo despedaçado

Às vezes eu sinto falta
Falta de tudo que me falta
E é essa maldita falta de tudo o que  falta
Que tanto me faz  falta!

(Carlos Rocha)

domingo, 2 de agosto de 2015

Morte eminente


Há algum tempo, descobri que estava morrendo. Sim, estou morrendo lentamente. Perdendo aos poucos o sopro que me resta de vida... Não se trata de nenhuma doença terminal, ou algum mal sem cura. Não tenho nenhum ferimento grave, nem sofri nenhum acidente fatal... É o ar que respiro, a comida que como, a água que bebo. São os dias que passam, esse "tempo", incansável, que me marca o corpo, a cara e a alma. Estou sendo consumido aos poucos pela própria vida. Venho morrendo um dia de cada vez... A cada minuto, a cada segundo, a cada suspiro. Descobri que "a vida" é a maior causa da morte! Estou morrendo... E por isso vivo! Acredito que quando todos, assim como eu, descobrirem o quanto a morte é eminente, talvez vivam mais do que planejem. A existência é dada a todos; a VIDA, só àqueles que percebem o quanto ela é breve.