domingo, 27 de janeiro de 2013

AS FLORES DE PAPEL



E de repente a noite cai voraz
Enquanto a vida se esfumaça
E com um ultimo beijo se desfaz

No coração o fogo intenso
Procura uma saída
Desejo intenso de se viver a vida

Mas o beijo amargo se fez como fel
E as estrelas se perderam do céu
Restaram apenas as flores do jardim
As flores de papel

E do sonho doce de uma juventude perdida
Do calor intenso de uma noite mal dormida
Fez nascer da noite uma ferida

Mas sendo a dor suave como uma flor
Ardente como fogo
Amarga dor

Dor intensa
Dor imensa
Apenas dor

Dor que se faz presente no beijo
Quase imperceptível desejo
Desejo de voar livre para o céu
Livre como as flores de papel.

(Carlos Rocha)

domingo, 13 de janeiro de 2013

Nossas lutas



Às vezes nos vemos tão fadigados de nossas lutas diárias, que mal conseguimos nos manter de pé... Nesses momentos a vontade de desistir de tudo chega sufocar.

E às vezes, é preciso que alguém lute conosco, mais do que isso, é preciso que alguém lute por nós... E lute com a mesma força e persistência a qual estamos acostumados a lutar por elas.

Porque, muitas vezes, tudo que precisamos é saber que não estamos sós, que nossas lutas, mesmo que perdidas, não estejam sendo lutadas em vão.  

E, então, teremos mais uma vez, a força e a fé que precisamos pra seguir em frente... Sem desistir, sem vacilar... Apenas prosseguir. 

(Calos Rocha)

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Remar. Re-amar. Amar.



Eu entro nesse barco, é só me pedir.
Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou.
Faz tempo que quero ingressar nessa viagem, mas pra isso
preciso saber se você vai também. Porque sozinho, não vou.
Não tem como remar sozinho, eu ficaria girando
em torno de mim mesmo. Mas olha, eu só entro nesse barco
se você prometer remar também!
Eu abandono tudo, história, passado, cicatrizes.
Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito,
vou todo dia pra academia. Mas você tem que prometer
que vai remar também, com vontade!
Mas você tem que remar também.
Eu desisto fácil, você sabe.
E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos,
mas eu entro nesse barco, é só me pedir.
Perco o medo de dirigir só pra atravessar
o mundo pra te ver todo dia.
Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir.
Mas a gente tem que afundar junto
e descobrir que é possível nadar junto.
Eu te ensino a nadar, juro!
Você tem que me prometer
que essa viagem não vai ser a toa,que vale a pena.
Que por você vale a pena.
Que por nós vale a pena.
Remar.
Re-amar.
Amar.

(Caio F. Abreu)

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

FELIZ ANO NOVO




E menos um ano que começa. Sim, menos um ano... Menos um ano de nosso futuro que vai sendo abruptamente arrancado de nós... Menos um ano de aventuras, menos um ano de amores e amizades, menos um ano de guerras e paz, de idas e vindas, de glorias e derrotas, menos um ano do que se fez e do que se faz... Menos um ano de vida, nesse ano a mais.

E ao somar um ano velho, diminui-se um ano novo... E como magica do tempo, tudo parece diferente, mesmo sendo a mesma velharia... E assim se enche de esperança a vida, como se fosse combustível para percorrer menos um ano que vem chegando, enquanto olhamos o ano que se foi, como uma estrada velha que vai ficando para trás.

E vendo que as coisas, lentamente, vão sumindo no retrovisor da vida, sentimos até saudades... E sentimos como que se parte da gente partisse também, ficando pedacinhos espalhados pelo tempo, ano, após ano... E assim, menos um ano que se chega e mais um ano que se vai, fazendo de nós, passageiros sem destino, passageiros de partida, passageiros... apenas partindo!

(Carlos Rocha)