Se eu ao menos soubesse falar
sobre o vazio que me consumiste, talvez entendesse meu sorriso amarelo e minha
cara de doente. Talvez tu visses que minhas escolhas se baseiam no nada, pois
já não temo nem mesmo um perigo eminente.
Se eu lhe contasse os meus contos
e cantasse os meus tristes cantos, talvez entendesses minha agonia e morreria
de encantos. Talvez tu perturbasses com a realidade mórbida a que vivo e
rastejaria comigo pelos cantos.
Eu sou apenas o vácuo no espaço,
uma arte viva, uma relíquia, ou ao menos seus pedaços. Eu sou feito da terra,
forjado no fogo e banhado no aço!
Não importa... O que eu sou não é
o que fui e o que penso não é o que faço.