sábado, 7 de março de 2009

O Prisioneiro em nós



Um dia li um texto que contava como um treinador de circo conseguia manter um elefante aprisionado. Esse texto contava que o treinador usava um pequeno truque:

Quando o animal ainda é criança,ele amarra uma de suas patas num tronco muito forte. Por mais que tente, o elefantinho não consegue soltar-se. Aos poucos, vai se acostumando com a ideia de que o tronco é mais poderoso que ele. Quando adulto e dono de uma força descomunal,basta colocar uma corda no pé do elefante e amarrá-la num graveto que ele nem tenta libertar-se;
ele se lembra que já tentou muitas vezes e não conseguiu.


Nós somos como os elefantes. Em nossa vida há sempre momentos difíceis e algumas vezes sofremos mais do que poderíamos suportar, são perdas, desilusões, derrotas...
E assim vamos ficando amarrados ao nosso passado, aos nossos sofrimentos, nossas lembranças, assim como elefantes presos nos troncos. E assim, quando no futuro temos a chance de nos libertar fracassamos, na maioria das vezes pelo simples medo de tentar.


E continuamos nosso caminho arrastando o peso insuportável daquele “tronco”.
Como podemos afinal nos livrar dessa prisão?
Por mais que tentemos fugir, por mais distante que possamos ir, por mais escondido seja nosso refugio...
Como podemos esquecer o medo e nos livrar dos fantasmas que nos assombra há tanto tempo?
Talvez devamos começar perdoando. E principalmente nos perdoando!
Talvez devamos dar mais uma chance. E principalmente nos dar mais uma chance!
E talvez devamos simplesmente deixar de fugir.
É... “Talvez!”

Mas o “talvez” não passa de mais uma duvida e continuamos nos subestimando, nos castigando, nos julgando, nos condenando. E continuamos trilhando nossos caminhos íngremes, atordoados pelos fantasmas de nosso passado que insistem em nos assombrar. E afastamos as oportunidades que nos aparece e as pessoas boas que cruzam nosso caminho, as novas chances de nos libertar.
E nos afastamos dos bons sentimentos, do amor, da fé, da esperanaça. E esquecemos quem já fomos um dia.

Perdido entre quantro paredes
Refém de nossa própria alma
Gritando em nosso próprio silêncio
Sem vida
Mas ainda vivos.


Não há mais para onde fugir
Não há mais aonde se esconder
Estamos livres...
Mas a liberdade já não é o bastante!
(Carlos Rocha)

Um comentário:

  1. Carlos, cada vez que leio seus textos me surpreendo mais! E tenho mais certeza que vc tinha que fazer facul de psicologia rsrs
    Mas sério, seus textos me lembram coisas que conversávamos, me lembram realmente você... O jeito que vc é de verdade e que nem todo mundo conhece! Gosto muito dos seus textos! E acredito que vc podia ganhar a vida escrevendo =) ...

    Parabéns!!!

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