segunda-feira, 12 de outubro de 2009

DIVINA DECADÊNCIA





Na pedra fria do meu tumulo, pensamentos mudos ganham voz
Na covardia de uma vida mal vivida e na sentença de uma morte atroz
Perdido em lembranças noutrora
Caindo em esquecimento agora

Todo monstro já fora um poço de inocência
Até perder a fé e a coerência
E se ver perdido na mais divina decadência

Nas lembranças tristes de minha infância
Nos sonhos que tem me acompanhado
De nosso mais puro legado
A certeza da ignorância!

E dos erros celestiais
Da peculiar criação divina
Pensamos ser um erro a mais
E descobrimos que somos, nós, a Vossa sina

E ainda assim somos amados
Com nosso jeito desequilibrado e desajeitado
Imagem e perfeição
Divina criação

Criados para o bem
Usado para o mal
O “ser humano” aprendendo a “ser” humano
Igual e tão desigual

Concebidos pela mais pura graça
E concedido o livre arbítrio a toda raça
Escolhemos sempre o lado da desgraça

E na divina decadência em que vivemos
Uma decadência divina
Enchemos nossos dias de nada
E vivemos nossas vidas vazias

E vivemos de ilusão
Fingindo ser humano
Na mais pura hipocrisia

Na decadência da fé
Falta ser o que se é
Falta esperança na vida
E falta amor no coração.

(Carlos Rocha)



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