sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Ausência





Hoje, ao chegar em casa o silêncio que me invadiu foi tão grande que não pude conter as lagrimas que aos poucos escorriam por minha face. A presença que se fez ausente... Tão ausente... Por um momento me aprisionou em uma infinita solidão, um vazio tão imenso que nada nesse mundo poderia preencher.

 E em apenas um segundo toda minha vida se refletia em meus olhos e, como que, uma explosão gigantesca de energia, tudo girava em minha volta, misturando tristeza e alegria dentro de minha alma e fazendo meu coração pulsar freneticamente, jorrando todo sangue de meu corpo como uma correnteza violenta, onde milhões de partículas subatômicas se colidiam e criavam novos mundos.

Hoje... Como senti a sua falta!
Nas pequenas coisas que se aprisionam as histórias... Nos pequenos momentos que se aprisionam as lagrimas... Nas pequenas lembranças que se aprisionam os sorrisos...

Na paz que me invade agora, presente à sua ausência, eu faço uma oração em agradecimento... E agradeço a todos os anjos que se fazem presentes no silêncio da ausência, aos gloriosos momentos que não voltarão mais, mas que ainda assim habitarão eternamente a nossa alma até que um dia também nos façamos ausência para alguém, completando assim o enigmático ciclo da Dádiva Maior.

Pois, eis que de alguma maneira nos tornamos infinitos na finita e breve passagem por essa estrada do tempo. De alguma maneira sabemos que há algo maior... Muito maior, nessa breve passagem, algo que se concretiza no tempo... Eterno tempo...

E sabemos que quando nos tornamos saudade, nos tornamos, nós mesmos, um pedacinho vivo do tempo. E se somos tempo, somos eternos...  E por toda eternidade viveremos presentes... Ainda que ausentes!


 (Carlos Rocha)

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