sexta-feira, 6 de março de 2009

PENSAMENTO MUDO


Caminhei por entre ruas escuras
Senti o frio dos Alpes
E o calor dos desertos
Senti a força do amor
E a beleza do amar
Percorri os quatro cantos do mundo
E proclamei os mais belos versos
Em viagens intergalaticas me aventurei
Escorreguei por entre os arco ires
E proclamei me Rei
Ninguém me ouviu.
Escalei o Evereste e gritei bem alto
Me senti triste algumas vezes e chorei
Entre todas as raça
Entre todas as classe
Entre todas as crenças
Eu orei.
Vesti me de palhaço
Num picadeiro me apresentei
Fui criança pra brincar
Fui poeta
Fui um monge
fui um gênio pra falar
fui um sábio pra calar
Quantas vezes me odiei?
Blasfemei!
Ninguém me ouviu.
Tive sonhos obscuros
Tive ideias obscenas
Histórias de cavaleiros eu contei
Em navios piratas embarquei
Contra monstros de moinhos eu lutei
Falei palavrões e gargalhei.
Ouvi as vozes dos Deuses
Falei de Anjos e Demonios
Falei do Céu e do Inferno
E em minha loucura profetizei
Ninguém Me ouviu.
Não!
Ninguém me ouviu
Eu apenas pensei
Pensamento mudo
Foi o que me tornei.
(Carlos Rocha)

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