domingo, 22 de maio de 2011

Apenas mais um dia cinzento


A tarde está fria e o céu nublado e cinzento. O vento gélido que me toca a pele traz de longe o doce perfume da saudade, enquanto uma música suave toca aos meus ouvidos.

Hoje é um daqueles dias dos quais não desejamos sair da cama. Esperamos apenas que o tempo passe no arraste lento dos ponteiros de um relógio e nos arraste, enquanto, entre pensamentos nos perdemos num vazio que nos guarda um tempo tão distante, que, no entanto nos parece tão presente.

Mais uma vez me assombra as duvidas que ficaram junto as feridas e tantas cicatrizes tatuadas pela vida. Mais uma vez eu me perco no desejo exaustivo de retroceder o tempo para que por mais um momento apenas, eu pudesse reviver aquele tempo que não volta mais. E me esgoto de todas as infinitas tentativas de compreender a vida ou apenas imaginar os possíveis e impossíveis desfechos que se criam e recriam a cada “se” que surgem em minha mente.

E nada mais importa, pois hoje eu sinto que sou apenas parte de mim, porque outra parte foi deixada para trás e não mais tempo para resgate. Hoje eu sou parte desse dia cinzento que se arrasta vagarosamente, nublado, sem graça, sem brilho... Apenas mais  um dia cinzento.

(Carlos Rocha)

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