domingo, 16 de outubro de 2011

“É estranho o que desejo faz as pessoas tolas fazerem.”




Da janela do meu quarto, no alto de um pequeno prédio, eu vejo as luzes distantes da cidade. Vejo alguns faróis reluzentes a vagar pelas ruas escuras ao longe e ainda mais longe posso ver algumas torres com suas pequenas e avermelhadas luzes. Os sons da cidade se misturam entre barulhos de carros, latidos de alguns cães da vizinhança, insetos e alguns pequenos murmúrios que se tornam indecifráveis, com um imenso silêncio que quase pode ser tocado.

A cidade tão grande e movimentada vista aqui de cima, mais parece uma pintura viva, vazia e solitária.  O céu cinzento de nuvens carregadas traz um ar de tristeza enquanto derrama pequenas gotas d’água que mais parecem lagrimas do que chuva e, ao mesmo tempo, uma leve brisa entra janela adentro tornando o quarto fresco e agradável.

Se tivesse que traduzir todo esse momento em apenas uma palavra, essa palavra seria: “Solidão”. E se pudesse fazer um desejo, eu desejaria ter azas para que assim pudesse saltar dessa janela e voar por entre essa pintura tão fascinante. Mas nesse momento surge repentinamente em minha mente o verso de uma música:

“É estranho o que desejo faz as pessoas tolas fazerem.”

Sim, é verdade! – Penso enquanto caio silenciosamente de minha janela para o vazio da noite cinzenta e as luzes da cidade, me tornando a própria solidão na imensidão dessa pintura viva.

(Carlos Rocha)

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