Eu quase posso ver o vento soprar
Eu quase posso sentir sua voz me tocar
Enquanto lembrava dos dias quentes de verão
Dos tempos que nunca voltarão
O tempo é tão previsível!
Mas de fato
Os fatos pertencem ao amanhã
E o amanhã costuma ser imprevisível
Eu quase posso ouvir o sabor do chocolate
Eu quase posso tocar a música daquela tarde
O aroma doce da primavera
A delicadeza de uma flor amarela
O dia passa
A noite passa
O tempo passa
A vida passa
Eu quase posso sentir o sino da igreja
Eu quase posso ouvir aquela bala de cereja
O clima gostoso daquele outono
E uma boa noite de sono
Na lápide fria onde jaz meu coração
Todas as incertezas
Todas as dores
E todos os medos que já mais me deixarão
Eu quase posso ver os gritos de alegria
Eu quase posso tocar o aroma de magia
O frio intenso de inverno
Naquele momento que se fez eterno
Apenas lembranças
De tempos que não voltarão
Seja inverno, outono ou verão
Primaveras que se apagarão
Mas eu quase posso tocar...
(Carlos Rocha)
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